31.7.06

Pimentos de Patron



Caríssimos companheiros,
escrevo-vos sentado, pois não me sobra posição alternativa neste dia de ressaca. E escrevo para vos dar conta de uns inesquecíveis Pimentos de Patron, que me foram dados a provar em mais uma requintada recepção preparada pela nossa querida Letícia a pelo chefe António Prata. Difícil descrever esta iguaria, oh amigos meus. Parece Pimentos de Padron, mas fica-se pela semelhança. Isto é outra coisa. É qualquer coisa entre um pitéu e uma queimadura de terceiro grau, que nos deixa a fronha indecisa, com traços de um sorriso deleitado e outros de um esgar condoído. As lágrimas correm de prazer enquanto uma mão enrola em pânico mais um pedaço de pão e a outra treme o copo de vinho sofregamente emborcado. Um espectáculo, garanto-vos. Um manjar dos deuses corajosos, um petisco dos diabos mais afoitos. Aquece a alma, depois ferve a língua e por fim queima o olho.

30.7.06

Praça da Alegria


















Há uns aninhos foi a Ronda comemorar o nascimento de mais um rondinho para o Porto, obviamente sem o visado nem os familiares directos (o orçamento para refeições era reduzido). Venho aqui expor esta imagem e sujeitar-me a todos os comentários e piadas sobre bateristas que conheçam, mas aproveito para salientar a excelente prestação do baixista de serviço.

29.7.06

Para quem estiver interessado...

O Barata foi pó estrangeiro...




















...mas de mota, pois não conseguiu conter mais o ciúme que sentia por o Pedro V ter uma Harley Davison e ter todas as jovens a sorrirem á sua passagem, que resolveu mudar radicalmente o seu estilo de vida. Perdeu o amor que tinha aos restos mortais do seu renault 5 Laureate (que terminou a sua carreira, recheada de adrenalina, há aproximadamente 7 anos atrás, num atroz acidente, em que este nosso estimado amigo tentou embarcar num autocarro da carris acompanhado do seu fiel companheiro de quatro rodas), juntou dois bandolins de má memória e duas toucas de natação que retirou do seu relicário, para poder concretizar o seu sonho antigo de dar a volta a Almada em duas rodas.

Um ano de blog - Números


O Primeiro ano de escritas rendeu 238 páginas de um ficheiro "Word" com 51509 palavras e 301641 caracteres (incluíndo espaços). Não estão aqui contemplados os inúmeros comentários que tanto trabalho dão a fazer, tão importantes são e que não há pachorra para guardar como becápe. As ilustrações são 188.
O texto, posto numa só linha com o presente tamanho de letra, teria mais de 800 metros de comprimento. Significa isto que para lermos esse texto teriamos que ir de cu p'ró ar desde o Arco de Bandeira do Terreiro do Paço até à porta do Coliseu.

28.7.06

Também vou pó estrangeiro

Zangado com o país e com o sentimento de ser claramente injustiçado porque a cultura deste país não compreende o tão fantástico que eu sou, tomei a decisão de ir para o estrangeiro. Claro que não irei por muito tempo porque não arranjei dinheiro para comprar uma casa em Tenerife ou Salvador da Baía (para onde foi ontem o meu filho e a quem não perguntei se iria também zangado com a cultura deste país).
Quando a tendência será ter muita pena da Émejota Pires eu, desconfiado e arriscando ser injusto, fico a pensar que construir projectos culturais têm muito mais a ver com gente com os pés bem assentes e menos com almas artísticas que vogam uns metros acima de nós.
Se este espaço tivesse um carácter tablóide eu já me teria lembrado de dizer que a MJP tinha ido atrás de um homem. É que se dá a coincidência de ter ido viver para a terra do Gilberto Gil, ministro da Cultura do Brasil.

27.7.06

Dos Quatro Caminhos - Ano I

Em 365 dias, 370 ideias. A esmagadora maioria, disparates - felizmente. Quase 13 mil visitas, o que também não vai mal para uma página indisciplinada, feita de informações avulsas e partilhas intermitentes. Palmas p'ra gente.

26.7.06

Trânsito condicionado



No passado sábado, este blog recebeu 36 comentários no espaço de dois minutos. Para refrear o entusiasmo desta imensa mole de leitores, ou pelo menos distinguir o lixo enviado por máquinas, decidiu a administração instalar um sistema de controle de lucidez. A partir de hoje, os comentários passam obrigatoriamente a ser validados por um pequeno teste. Quem tiver chips no lugar de neurónios ou álcool no lugar de sangue, não passa.

24.7.06

Viagens...

Amigo Carlos Barata, devias ter falado com quem sabe para comprares o bilhete de avião.
Sabendo que es poupadinho, sabendo que uns euros tem peso nas tuas decisões, apenas te posso informar que por 168,80 € terias voado para Vigo e voltado para Barcelona. Em caso de dúvida confere aqui.
Continuação de boas férias.

23.7.06

Mês do blog - dia 23 - Largo da vila.



O mês do blog feneceu um dia destes por eu ter estado e-mpossibilitado.
No regresso apresento-vos o Largo da Vila de Leomil. Haverá no mundo maior expressão toponímica? Onde se ultrapassarão as 45 letras do nome (mais 5 de "Largo") ?
E eu que me queixo da minha Rua Dr. Manuel Fernandes Duarte..

Promoção

Infelizmente não tirei fotografia. Um cartaz no MediaMarkt, sobre um grande recipiente cheio de pénes uéssebê, dizia o seguinte: "Com estes preços, não vale a pena roubar!".

22.7.06

Em viagem II

Estimados companheiros, prometi e cumpri: comecei em Monsanto, já estou em Mértola. Desenhei o itinerário que nos há-de guiar na próxima aventura. Agora, com a vossa licença, vou me ensopar no Cágazunhas, depois de encomendar umas migas com carne do alguidar no Alengarve.

21.7.06

Bico de molho

Cumpriu-se hoje, caros amigos, o meu 12.º dia consecutivo de trabalho. Continuo em Serpa, na magnífica Casa. Trabalhei que nem um mouro e, estou em crer, bem mereço sopas e descanso. Se alguém perguntar por mim, estou no Mólhó Bico.

20.7.06

Em viagem

Quem quiser saber adonde ando, feche os olhos, puxe pela memória da Casa de Serpa e roa-se de inveja.

Monty Python escrevem argumento para Deus

Não fui eu que descobri, foi uma brilhante companheira de outras andanças. Mas não me contive ao plágio. O título - perfeito - deste post também é seu.


Mulher acorda de coma com sotaque da Jamaica

Um ataque cerebral deixou a inglesa Linda Walker, de 60 anos, com um estranho efeito secundário: acordou com pronúncia da Jamaica. Os familiares nem queriam acreditar quando a empregada administrativa reformada abriu os olhos e começou a falar, sem vestígios do sotaque nasalado de Newcastle que sempre teve.
O síndroma da pronúncia estrangeira é muito raro e foi identificado pela primeira vez durante a II Guerra Mundial, quando as primeiras palavras de um soldado norueguês, após ter sido ferido na cabeça num raide aéreo inimigo, passaram a ser embrulhadas num perfeito sotaque alemão.
“Não me consigo reconhecer. Tenho constantemente a impressão de que sou outra pessoa”, declarou a desolada Linda Walker ao jornal local Evening Chronicle. Segundo investigadores da Universidade de Oxford, esta inglesa de meia idade, que viveu sempre na mesma região do país, sofre do síndroma da pronúncia estrangeira, um fenómeno por vezes observado quando as partes do cérebro ligadas à linguagem são alteradas, depois de uma convulsão cerebral.
A doente não se apercebeu imediatamente do facto quando acordou: foi a sua terapeuta que a questionou acerca da estranha pronúncia. Sempre que fala ao telefone, a maioria dos interlocutores identifica um nítido sotaque jamaicano – também já confundido com italiano e eslovaco.

(in Agência France Press)

Contas feitas

A alergia dos portugueses às facturas é endémica, contagiosa e potencialmente perigosa para quem a ouse enfrentar sem mais que uma pequena dose de bom senso. Pelos caminhos deste Portugal em Estio, torna-se evidente que o diabo do papel não se dá bem com o sol. Custa a sair, muitas vezes sai torto e quase sempre arrastando sintomas identificáveis sem olho clínico, como nariz torcido, sopros de mau estar enfado e uma ligeira pigmentação rubra das faces quando é pedido de forma insistente e assertiva. Quando se trata de justificações para Finanças, a variedade de respostas patológicas é impressionante. Há o senhor dos jornais em Campo Maior, que não pode passar factura “sem o patrão cá estar”; há o outro de Rio de Moinhos que garante, sem se rir, que “é de lei: facturas só a partir de dez euros”; ou o outro ainda, em Moura, que garante que o recibo vale pela factura. Olhe que não é o mesmo. “Sim, não é bem. Mas é como se fosse.”

Mês do blog - dia 20 - Leomil

Leomil, concelho de Moimenta da Beira. É o sítio para onde, tal queira o destino, me vilegiaturarei até Domingo. Assim, cedo ao interruptus deste "mês do blog", homenagem à fidelidade e ao carinho a este espaço que se quis de todos e que é apenas de quem o quer.

19.7.06

Mês do blog - dia 19 - Rock



Da Guarda, num email, um conhecido do cyber-espaço (não gosto do termo) anuncia-me que acaba de publicar um livro com "Memórias do Rock Português" onde inclui um espaço dedicado ao Kama Sutra da minha história fascículo "heavy". Surpreendido com alguém que se interessa por esta "neo-arqueologia" musical, já lhe respondi que quero comprar o livro. Espero também que os coca-bichinhos dos suplementos e folhetos musicais tenham a curiosidade de ver o que lá está dentro.

18.7.06

Mês do blog - dia 18 - Cantar



Uma das constâncias da minha vida foi o acto de cantar em grupo, informalmente, sem fins lucrativos, por prazer... Posso dizer que alguns dos meus momentos mágicos, musicalmente falando, aconteceram assim, quando, inesperadamente, a conjugação foi perfeita e as linhas melódicas puras e afinadas.
Hoje verifico que tive muita sorte. No Jardim-escola João de Deus, em Tomar, tive canto coral com os meus 60 colegas, simultaneamente, e ainda hoje me recordo o que aquilo era bom. No Simca "Aronde" do meu pai, a família, armada em Trapp, cantava com um gozo inexcedível, a caminho da praia da Nazaré. Nos escuteiros cantava-se bem, canções nostálgicas, hinos com cheiro a nacionalismo ou canções alegres e humorísticas. Em Tomar cantava-se nos copos, foleiradas ou coisas dos Beatles. Mais tarde o coro Canto Firme, do meu amigo Tóino Sousa deixava-me cantar com eles em situações de convívio, Em Almada tive um grupo de amigos que cantava coisas francesas do Boris Vian, canções revolucionárias do Lopes Graça ou coisas do Zeca Afonso, do Adriano ou do Cília e depois do Sérgio e do Zé Mário. Até da Catalunha guardo recordações inesquecíveis de cantar "habaneras" e "cançós" catalanas e de um Adeste Fideles a 40 vozes improvisadas diferentes, cantado às tantas da matina, que até comoveu a areia da praia.
Qualquer coisa mudou. Hoje não se canta na escola, as pessoas ganharam vergonha de cantar e quando se acha que o convívio devia ter cantiga ficam a olhar para mim porque devem achar que eu devia cantar alguma coisa. Mas eu não aprendi a cantar sózinho. Nem quero.

17.7.06

Mês do blog - dia 17 - Itália













Peço imensa desculpa pela deplorável qualidade da fotografia mas, apesar de saber que não duvidam de mim, gostava que vissem, mesmo turvado, o que consta da ementa de um restaurante italiano (casa mia) situado na cobertura do Centro Vasco da Gama.
Acrescento que tem preços muito em conta, uma esplanada muito acolhedora em noites quentes e uma cozinha de boa qualidade. O sucesso da ementa foram os três "penne" que constam da foto. Como sabem, "penne" são tubos cilíndricos de massa mais ou menos grossos e que podem ser "rigatte" (estriados ou, à letra, riscados) ou lisos. Há-os "al pesto", com mangericão e queijo, "picorello" que conforme o nome indica não me parece recomendável e os "penne al rabiatta", que são os mais picantes e com molho de tomate.

Campo Maior

Campo Maior é terra de uma hospitalidade fraterna e desinibida. Sorte grande de quem aqui fizer um amigo, mesmo que não precisando de muita sorte para o fazer.
“Queres café?” Não, obrigado. “Queres, queres.” Não, deixe estar Emília, não se incomode. “Olha lá para ele... não se está mesmo a ver que quer?”. Antes foi uma febra, depois uma cerveja. “Não têm fome?” Obrigado Carminda. Agora precisamos de trabalhar... “Na minha casa, ficas lá sossegado fazendo o teu trabalho.” Mas Carminda... nós podemos ficar no hotel, não te incomodes... “Para a minha casa! Que é lá isso de hotel!?” Vamos lá, então... mas não queremos incomodar. (Algum trabalh0 depois). “Parem um bocadinho. Então não lancham? Trouxe pão, trouxe paio. Parem um bocadinho... que isto não pode ser só trabalho” Felizmente não é.

16.7.06

Mês do blog - dia 16 - Sim fães

Sim, meus queridos fães, à falta de melhor assunto aqui trago à colação a nossa ida a Cinfães, perfeito hoje o segundo aniversário de tal facto.
(às vezes sinto-me sózinho e apetece-me começar a escrever incongruências, como por exemplo, o cavaco é PR, será que alguém reparava? . A palavra colação também pode ser "refeição ligeira". Perfeito, ali, é empregue como conjugação do verbo perfazer)
Comemos n' "O meu gatinho", que por acaso era o gatinho dela, e comemos muito bem. Depois dormimos naquele Turismo de habitação de Travassos (ou Acelarassos, para alguns) de tão boa memória.
(qual será o vosso nível de atenção? será que reparrarão nos meus enros? será que, se eu puser aqui para amanhã me acordarem às 8 da manhã alguém me vai telefonar?)
De Cinfães há ainda a recordar a vez que lá estivemos, e que está registada em vídeo, onde surgiram as agora célebres "Cornetas de Cinfães". No fim de semana que vem vou para aqueles lados e sou homem para ir lá comer posta barrosã por gatinho.

(Aproveito para agradecer ao António o facto de me fazer crer que não estou só e, numa tentativa de fazer subir as audiências, coloco aqui estas gémeas ).
(então não as gemo?).

15.7.06

Mês do blog - dia 15 - São Carlos



São Carlos. Pelo menos eu sou. Podia lá haver mais mas, que eu conhecesse, para além de mim só lá estava o "do Carmo" e o "Alberto Moniz". Infelizmente não estava lá o "Castro" que, possivelmente, me daria passaporte para a minha denodada, mas até agora vã, tentativa de aparecer na Caras ou na TV Guia (ou na sua versão anglófona Tivi draive).
Devo dizer que tenho muito prazer em pertencer à Sociedade Portuguesa de Autores. Tenho consócios de alto nível e não me exigem quotas, o que é situação única nas agremiações a que pertenço.
Fui à Gala do Autor ao S. Carlos e vi um belo espectáculo centrado na Orquestra Sinfónica Portuguesa que interpretou obras portuguesas de três diferentes épocas e música para um filme feita por Nuno Maló (português, 29 anos,a trabalhar nos esteites) e acompanharam o Carlos do Carmo. Para além disso ainda ainda se ouviram as "Segue-me à capela". Programa muito agradável.
No fim ainda desfrutei, dessaladei, desqueijei, desvinhei e desdocei na feliz ceia volante (terá a ver com a TV guia?) servida no Largo de S. Carlos. Acrescente-se que encontrei lá o Zé Barros e falei com a Inna que, tal como eu, estava toda contente a ingerir produtos alimentares.

14.7.06

Mês do blog - dia 14 - Le franciú












Aujourd'hui, le 14 Juillet, le jour national de la France, je ferais mes hommâges au plus portugais des français connues ici au Portugal. J'écrirai en portugais au il ne va pas me comprendre.
Antes de tudo diga-se que o francês aqui do postador anda muito inseguro. Estão garantidos vários erros na escrita acima exposta mas paciência. "Mais vale um gago que um mudo" (provérbio de mau gosto acabado de fazer e que explica cabalmente a minha ideia).
O Alain Vachier, quando o conheci, era só Alain e acho que ninguém sabia do Vachier. Já lá vão 24 anos e ele andava pelas instalações da Eranova da Av. D. Carlos. Tinha uma carrinha Citroen de três velocidades que, já nessa altura, era peça de museu. Nela levava aparelhagens de má qualidade, músicos de todas as qualidades ou nem músicos, tudo para fazer espectáculos de grande qualidade quanto mais não fosse nas intenções.
Daquela ciganidade toda recordo uma tournée com um grupo de Catalães, o Cantaril, o Miquéu Montanaro e mais os amigos de todos, e mais as namoradas de todos e mais os filhos de alguns. Grande confusão e muitas coisas divertidas que mereciam ser contadas mas que provavelmente só ficarão para gozo de quem as viveu.
Depois o Alain empresarialisou-se mais a sério e é o nome da Vachier e associados.
Dizem que o Alain já não sabe falar francês e que ainda não sabe português mas é mentira. Apesar disso eu ouvi, em França, o Alain a dizer "janéle" em vez de "fenêtre".
Há quem se queixe de telefonar ao Alain e só perceber "pignoufles" e algumas asneiras. É mentira porque o que conta é a intenção. E intenção é coisa que não lhe falta.
Eu gosto muito do Alain.
(roubei a foto ao sítio do Júlio Pereira)

13.7.06

Mês do blog - dia 13 - Gelado pau pau



Utilizo aqui a forma pau pau (o II romano) por a ter visto em texto de um sobrinho meu e lhe ter achado muito sugestivo.
Prossiga-se então com o gelado.
O meu filho, quando esteve no ano passado a estudar na Holanda, falava dos gelados Ben&Jerry como sendo a quintessência do "abaixudezero". Venho aqui garantir quão reais são as opiniões por eles emitidas.
Os gelados Ben&Jerry colocam no chinelo (que porcaria) todos os ágandasses e basquinanderrobines mas são vendidos ao mesmo estúpido preço. É o seu grande defeito. Deviam ser subsidiados pelo Estado.
Os gelados Ben&Jerry tem muitos sabores e qualidades e será uma aventura ir experimentando todos eles quando existir uma distribuição consentânea com tal desígnio.
Os gelados Ben& Jerry têm um humor e referências especiais no nome que dão a algumas espécies, vide: "Vermonty Phyton", "Dave Mathews Band", Marsha, Marsha, marshmellows", "Honey, I'm home" ou "Gobfather".
Os gelados Ben& Jerry podem-me contactar para agradecer e enviar lembrança para cbarata100@hotmail.com.
Gelados Ben&Jerry, I scream for you.

12.7.06

Mês do blog - dia 12 - Gelado



Associado ao gosto está a temperatura. Parece que os aromas dos alimentos e as complexidades do gosto são favorecidas pelo aquecimento. As pessoas mais idosas gostam das coisas mais quentes porque isso consegue excitar as suas menos capazes papilas. ( apesar da tentação, vou manter o rumo da minha conversa).
É claro que depois aparecem coisas que são inimagináveis mornas, como, por exemplo, a água ou a cerveja (a nossa cerveja). Acho que são duas coisas em que o paladar está na segunda impressão pois a primeira é quase completamente preenchida pela agressão da frescura aos 36 graus da nossa boca. O paladar aparece quando elas já aqueceram um pouco.
Os gelados são uma grande invenção. Alguma coisa de mágico há naquela coisa, intrincável de tão fria, que é inserida em pequenas quantidades para se derreter na boca, reter na boca, ter na boca, enquanto se vão despegando os sabores. Não é coisa para garganeiros. O garganeiro não desfruta e só arrefece o estômago.
Isto são teorias resumidas e presumidas que nunca vi confirmadas em parte nenhuma. Amanhã, não percam, gelados pau pau (II). Ando a ver se arranjo maneira de cumprir a minha promessa de blogar o maior número de dias possível neste mês e preciso de fazer uns truques assim.

11.7.06

Mês do blog - dia11 - Telenovela



No outro dia alguém me chamava a atenção de que toda a gente gosta de histórias. A história que toma conta dos tempos livres modernos é a telenovela e, quanto mais não seja por isso, é mau porque dura, dura, dura...
Hoje, debruçado num romance cantado pelas Adufeiras de Monsanto, conto os 64 versos (Um verso é uma linha de texto poético), vejo-lhes os ingredientes narrativos e observo que os bons, os torpes, os castigados, os modestos, o final moralista e feliz, tudo isso já lá estava a compor uma história cantada num tempo de duração decente (mesmo assim mais de 10 minutos).
Telenovelas do tempo das candeias de azeite que, tenho a certeza, faziam vibrar os corações das audiências de modo igual mas numa escala diferente.

Todos os nomes

Dizem que do porco só não se aproveita o grunhido. No Pólo Museológico de Gastronomia de Monsanto estava ontem precisamente a ser desmontada uma notável exposição dedicada a este magnífico animal. O BI do Porco era o título genérico. Entre as peças que fui a tempo de apreciar, encontrava-se este levantamento de todos os nomes que um javardo pode assumir nas tradições e costumes destas terras raianas. Contas feitas, são sessenta e cinco - ainda que alguns meras variantes de outros. Sessenta e cinco palavras para integrar cuidadosamente no léxico clínico do companheiro António Prata.



Amarelo, bacorinho, bácaro, bácoro, bacarote, balancho, barrão, barraco, barrasco, barrasquinho, barrote, berrão, bicho, birre, bodalho, borrão, cacheiro, ceba, cerdo, ceva, cevado, cevão, chacim, chamiço, chicho, chico, chilindra, chilondra, chusso, cochino, cocho, corço, cotchino, cúcio, cuco, faroupilho, farroupinho, farropo, gironda, girona, galdrapa, gronho, grunho, larego, leitão, marracho, marrancho, marrã, marrão, minante, porcalho, porco, porquinho, querricho, reco, reixelo, roncante, suíno, tergoço, varrão, varrasco, varrasquete, verraco, verrasco, verrasquete, vista baixa

10.7.06

Uf,afinal não fui só eu...

Diz o nosso estimado Barata no Post anterior que se lembra das histórias das bandas do liceu, há cerca de trinta anos. Tendo o escriba 53, ora menos os trinta, pois que terá acabado o liceu com 23.

Uf, afinal não fui só eu... que militei 5 anos a mais no liceu, à força do passe social ser válido até á praia de S. João da Caparica... e dessa maravilha maior da revolução de Abril, que foi as turmas do liceu começarem a ser mistas...

Mês do blog - dia 10 - Ogiva



(Ogiva, Praça S. João Baptista em Almada, início dos 70)
Já lá vão mais de 30 anos. Em Almada, este quessassina cantava num grupo de rock que, visto a esta distância, se poderia chamar "grupo de culto" à escala daquela terra. Chamava-se o grupo "Ogiva" e tinha entre os participantes alguns criativos e viciados daquela coisa da música.
Houve um dia um concurso de cantigas lá na terra, na Incrível Almadense, e nós concorremos com um tema que falava de praia e de um louco e mai não sei quê, com letra modernaça do meu amigo-irmão prematuramente desaparecido, Gino Guerreiro e música de um tal Carlos Barata. Eu tocava piano e cantava (tipo Maria Guinot avant-la-lêtre) e nesse dia levava um blusão muito curto, levezinho, preto, que me subiu quase até ao pescoço quando me sentei. Foi-me dito pelo José Nuno Martins, que fazia parte do júri, que vários membros do mesmo disseram que aquilo não era decente e depois nos prejudicaram na pontuação. Isto contra uma plateia com maioria de apaniguados nossos que apuparam militantemente o nosso terceiro lugar.
Ganhou (merecidamente) uma música de carácter trovadoresco chamada "Dizei cavaleiros" interpretada por um grupo em que cantava e guitarrava o Carlos Guerreiro dos "Gaiteiros de Lisboa". Lembro-me perfeitamente dessa música, do início da letra, de que havia um músico, que depois passou a advogado em Almada e que tocava flauta de bisel e de que, como encerramento do Festival, o "Ogiva" actuou com o mais pesado Rock que se fazia ao tempo, espiantando os "detractores" e satisfazendo os "seguidores".
Lembrei-me desta história quando no outro dia li uma entrevista do Carlos Guerreiro em que ele reportava aos seus tempos do Liceu de Almada.

9.7.06

Mês do blog - dia 9 - Desvio






Quero dar aqui testemunho do meu agradecimento à autoridade responsável pela colocação de uma placa a dizer "desvio" a certa altura da estrada de ligação entre o nó de Coina e a povoação de Coina. Dizia "desvio" e eu desviei, desviei, desviei, sempre sem qualquer indicação, até sei lá onde, permitindo-me assim conhecer imensas localidades do concelho do Barreiro. O meu muito obrigado!!

Diga-se que tal excursão se verificou no final de um belo fim de semana. Aproveito para agradecer, aos simpáticos e pacientes amigos cujo acolhimento e companhia foram ponto fulcral e decisivo da benignidade dos momentos, a generosidade patenteada e o bem da hospitalidade.

8.7.06

Mês do blog - dia 8 - População







Ouvida no Portugalex e está bem achada: "Se o governo quisesse mesmo aumentar a população, fechava cemitérios e não maternidades".

7.7.06

Mês do blog - dia 7 - Pastorets



Julgo que foi em 83 que fui pela primeira vez a Vilanova e la Geltrú, na Catalunha. Apresentei-me, com um grupo que dava pelo nome de "Cantaril", no Festival de Música Popular e Tradicional lá da terra.
Eu, que sou do mais nacional que conheço, que me comovo com o hino, que adoro o meu bairro, a minha terra e o meu país, que não gosto de ouvir ninguém dizer mal disto mesmo que ache que tenha razão, pois eu, várias vezes, caí na tentação de pensar que gostava de ter nascido em Vilanova e, por outras vezes, senti grande inveja daqueles gajos.
Vem isto a propósito de ter passado parte desta tarde a ver um DVD duplo com a gravação de um auto de Natal do século XIX ("Els pastorets") , tradicional da Catalunha, que a colectividade onde germinam grande parte das iniciativas apresentou no Teatro da Vila em Janeiro de 2004. Ainda estou meio esmagado com o nível daquela "brincadeira". Como é possível uma estrutura amadora fazer uma peça tão profissional? Organização, trabalho, grande prazer em fazer coisas, talento, loucura, humor e "prática de fazer impossíveis".
Acrescento que, na ficha técnica, contei setenta e seis actores, cantores e músicos.
Visca Catalunya!!

Carro vassoura

O administrador - sempre atento ao condomínio, ainda que por vezes ausente - chama a atenção para dois comentários novos a posts antigos: o último desta página, para o Miguel Salema (espero que se confirme, para a gente poder gozar um pedacinho); e o último desta - suponho que - para o Bharata.

6.7.06

Mês do blog - dia 6 - Bharata
















Ainda não estava eu refeito da existência de um cantor americano chamado Carl Barat e eis que, na Visão de hoje, leio:
" Bharata Natyam - Dança tradicional do Sul da Índia, criada pela deusa Parvati e difundida entre os homens através do sábio Bharata...etc."
O etc. é a explicação da dança, da sua importância, do seu acompanhamento instrumental e vai dizendo que "é composto de simetrias, voltas, saltos, deslocamento pelo espaço cénico e golpes com os pés, que marcam ritmos complexos com abhinaya (expressão de rosto), hasta (mãos) e anga (posturas corporais)." Reconhecem?

Não há acasos. A verdade vem ao de cima e mostra que, mesmo que só a pouco e pouco eu venha conhecendo as raízes do meu eu, tudo se conjuga para que a minha unidade espiritual se realize numa enorme realidade cosmológica, multi-estética e para-total, cujas expressões, avalizadas pela desinência do meu nome, se podem encontrar nas mais diferentes culturas.
A foto, de uma prima minha, apresenta-a preparada para a dança.

5.7.06

Revista de imprensa

Queiram fazer o favor de ler a notícia que se encontra no canto inferior direito desta página.

Mês do blog - dia 5 - Atum



Os meus pares - e incluo aqui um conceito alargado de pessoas com quem vou trocando impressões várias á volta da música - são arrasadores de tunas.
Pois eu gostaria de saber quais foram as estruturas deste país que mais cordofones puseram as pessoas a tocar? E mais estudantes a ensaiar e apresentar trabalho musical? Que mais puseram grupos de pessoas a curtir música de forma amadora. Não tendo conhecimento próximo admito que no meio daquilo pode haver muitas coisas erradas, e sei que as há. Mas como tenho o sentido do prazer que a música informal dá vejo o fenómeno com muita curiosidade e admiração. Para mim, nalgumas críticas, há uma boa dose de sobranceria cultural.
Já estão feitas todas as variações de nomes de tunas estudantis que começam por tu n'a mamas, tu n'a sabes, etc. e sei lá que mais. Hoje acrescento Tuna Fish.

4.7.06

Mês do blog - dia 4 - Guarda-redes



Já cá faltava o futebol para me ajudar nesta gesta pelo blog total no seu mês.
Em inglês o guarda-redes chama-se guarda ou guarda-golos em vez de net-keeper. Guarda-redes porquê? Porque não guarda-postes, guarda- golos, guarda-balizas, guarda-linhas-de golo, defensor-principal, jogador com as mãos (hand-player) ou porteiro, como ridiculamente lhe chamam os espanhóis. Se adoptassemos o "portero" o guarda-redes do momento, Ricardo, seria o leão de pedra. É um homem para a história:
-Defendeu penaltis de todos os candidatos ingleses menos de um que, provavelmente por isso, recebeu o prémio FIFA de melhor em campo.
-Tem ar de quem andou com a gente na escola.
-Tem uma acuidade vocal que lhe permite comunicar com qualquer jogador para qualquer ponto do relvado.
-Naquele papel difícil tem naturais intermitências. Só que as intermitências dele me irritam particularmente. Ora defende penaltis de ingleses, ora dá campeonatos ao Benfica.

3.7.06

Mês do blog - dia 3 - Pia

Há aquele poema de Pedro Dinis que diz ..não sei quê.. "..nos ramos cantam as aves, mas pia o mocho agoureiro". O que sempre me eriçou é aquela parte do "geme a rôla inocentinha". Quando aprendi francês até homofonizava com "j'aime a rôla inocentinha". S'ela se deixass'amar..!!
Mas a Pia a que refiro hoje não tem nada com o piar do moço, digo.. do mocho.
Hoje o meu emprego celebra o seu ducentésimo vigésimo sexto aniversário, a Casa Pia de Lisboa. Fundada por D. Maria sob o patrocínio do Diogo Inácio (de Pina Manique) para acolher os desgraçados sem sorte. A História trouxe a Pia até hoje com os escolhos grandes das grandes famílias e eu tenho já a minha migalha nessa história.
A parte da Pia onde me sediei nos últimos vinte anos teve hoje o seu último acto. Vai continuar para outro lado e agora é só liquidação total. Descubro-me frio e distante, marimbando nas paredes e lembrando as gentes, a ir-me embora e a sentir que, também eu, vou continuar para outro lado da Pia. Viva a Casa Pia de Lisboa!!

2.7.06

Mês do blog - dia 2 - Volta a França



Volta a França.
Não. Não me estou a referir ao regresso deste adverso adversário à condição de contendor (contem dor) na futebolistica questão (que estamos).
Acontece, sim, que o mês de Julho é o mês do Tour de France, o maior espectáculo do mundo. Por favor, não me perguntem qual é a piada de estar à frente da televisão a ver uns gajos a pedalar cheios de calor e borradinhos de exaustão. Serei fiel cliente quando a minha vida profissional o permitir e, quando forem as etapas dos Pirinéus e dos Alpes, vou mesmo aldrabar a minha vida profissional. É um gozo!!

1.7.06

Ó Sábado também se pode trabalhar

Então e não seria bom também o estimado Dr. que botou faladura no post anterior, ouvir o que tem de ouvir, e dar opinião sobre o que temos a fazer para o projecto das 3 culturas ? já que hoje é Sábado e que até ás 4h ninguém quer fazer nenhum... hum ?

Pois aqui o rapaz já leva o seu trabalho adiantadinho, embora não pareça...

Mês no blog - dia 1 - Nada

Nada!!
Será assim tão difícil escrever todos os dias para o blog? Ó que bom é, ao sábado, escrever sem razão, sem finalidade, coisas sem responsabilidade, escrever ao sabor da fita do pensamento. Escrever coisas, todos os dias, para assinalar o mês deste blog criado em 27 de Julho do ano passado. Escrever, como hoje... absolutamente... nada!!