30.9.05

A quanto está a electricidade na bolsa?



Isto de andar pelo país todo tem as suas vantagens, podemos ficar a saber a "cutação" da electricidade.

Eden



No seguimento da Gelitalia e da Sado Macas, aqui vai mais esta pérola.

Viva o optimismo

O Valentim Loureiro vai ganhar a Càmara
A Gulbenkian acabou com o bailado
O pessoal cada vez trabalha mais
As reformas serão cada vez mais depois
Este país está quase no último lugar na lista dos mais optimistas
O Sporting

Mas há sempre uma candeia
Acesa na noite escura

29.9.05

O Marinho é bolchevique




Por falar em momentos revolucionários, quem não viu? Ontem à noite, na SIC, a transmissão da gala de entrega dos prémios da Fundação Luso-Brasileira, em directo do Casino Estoril: lá estava Mario Peniche, o maior mercenário de toda esta Ronda, a partilhar a intimidade do palco com um tal Lenine. Estavam acompanhados de um animado grupo, no qual militava aquele rapaz simpático e prestável que tocou viola baixo no encore do último espectáculo que realizámos no Castelo de São Jorge.

28.9.05

Recordações revolucionárias

Denunciando a minha provecta idade, permitam-me uma viagem ao dia 28 de Setembro de 1974. Para quem não saiba, o General Spínola tinha renunciado às suas funções de Presidente da República alegando o estado ingovernável da Nação. Passado umas semanas é convocada uma manifestação para o dia 28 de Setembro, a qual ficou conhecida por "..da maioria silenciosa" em referência a uma frase do tal Spínola no seu discurso de renúncia. Resumindo um sem número de peripécias, a tal manifestação nunca se realizou e o caminho para isso passou por uma tourada no Campo Pequeno, populares (como se dizia) a fazer barragens e revistas aos carros que entravam em Lisboa, enfim.. uma curte.
Não quero aqui deixar juízos de valor à volta de coisas que são, evidentemente, polémicas. Quero, isso sim, reafirmar que esses intensos momentos foram um pedaço importante da minha vida e que, com o bom e o mau que passei, assumindo exageros e generosidades, não os trocava por nada.
Entendendo que este espaço não comporta grandes descrições fico-me por aqui. Mas até aqui fui com muito prazer e saudade.
25 d'Abril Sempre!! (e não me venham com piadas de calendário repetitivo)

27.9.05

vinte sete noves fora

Recordo que amanhã se completam três anos sobre o dia em que a Ronda realizou um invulgar mas bem sucedido concerto na calçada da Rua Augusta, em Lisboa. Sejam breves a cumprir o elementar cálculo de calendário que fica implícito neste lembrete e tenham o bom gosto de me fazer chegar, ainda hoje, os parabéns que me são devidos em partilha com o amor da minha vida. Prometo, estimados companheiros, que não deixarei de me mostrar surpreso e comovido com a vossa memória. Grato pela atenção.

26.9.05

Aviso

Peço aos estimados partners deste blog identificáveis pelas iniciais PP e MP que tenham em consideração a próxima vinda do Hermético (isso é que ele não é) Pascoal e para a aquisição de 1+1 ingressos para o dia 8 qvem, efectuada pelo identificável como CB. E tu, ó PO, vê lá se tratas da tua vida.
Percebeu-se?

25.9.05

Jon Anderson

Fui ver ontem mais um dos espectáculos secretos que, volta e meia, se realizam na Aula Magna. Alguém ouviu falar deste? Eu pouco!
Aqui há três anos a esposa do Jon afereceu-lhe uma guitarra midi. Ele foi para a garagem, esteve lá muitas horas a ensaiar, fez um espectáculo e anda por aí a divertir-se. E pede dinheiro por isso. E o pessoal paga.
Diga-se que ele veio sozinho e ainda não aprendeu a tocar aquilo bem. É um bom contador de histórias, tem uma voz admirável que mantém perfeitamente na mesma, houve momentos bastante bons mas.... acho que foi pouco.
(De qualquer modo quem pagou foi a Madalena)

22.9.05

Vota B



Na melhor tradição democrática, assumo o dever cívico de dar início à campanha. Declaro publicamente o meu apoio à hipótese B. E embora, por motivos óbvios, me escuse a encabeçar a lista, aqui deixo o meu singelo contributo para o programa.

Ingredientes:
1 cabeça de porco fresca
3 cebolas
3 ou 4 dentes de alho
6 grãos de pimenta
1 molho pequeno de salsa
1 molho pequeno de salva
1 molho pequeno de manjerona
0,5 dl de vinagre
3,5 dl de vinho branco
sal grosso

Confecção: Retiram-se os miolos e salga-se a cabeça de porco durante 48 horas. Em seguida lava-se muito bem, parte-se e coloca-se num tacho com todos os ingredientes citados, sendo a cebola picada grosseiramente. Junta-se ainda a água necessária para que a carne fique bem coberta. Leva-se a cozer até que a carne se separe dos ossos. Retira-se com uma escumadeira, corta-se a carne em bocadinhos pequenos e coloca-se novamente dentro do caldo, que entretanto foi coado. Leva-se ao lume, deixa-se ferver e, alguns minutos depois, escorre-se. Mete-se a carne dentro de um guardanapo grande e ata-se com uma guita forte. Coloca-se sobre uma tábua e põe-se-lhe um peso por cima. Deixa-se solidificar. Serve-se cortada em fatias fininhas e acompanha-se com ovos mexidos.*

Variante: Molda-se a cabeça de xara em rolo dentro de uma gaze dobrada em 3 voltas. Põe-se por cima uma tábua e sobre esta alguns pesos.

Variante russa: Repetir a receita com cabeça de Xarik

Concurso em Xara

Este polifacetado blog convoca a rondalhada e seus adjacentes, a pedido da Dona do Solar de Aldeia da Piedade, para um concurso a realizar nos moldes abaixo descritos.
Os com correntes deverão assinalar correctamente uma das hipóteses a seguir colocadas:

A- Vamos todos integrar o Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xara em corrida a realizar no dia 15 de Outubro.
B- Vamos todos preparar e comer uma Cabeça de Xara em jornada a realizar no dia 15 de Outubro.
C- Vamos todos ouvir os CD's da Brigada Vitor Xara em audição a realizar no dia 15 de Outubro.
D- Vamos todos ensaiar umas coisitas novas numa sala de ensaios em EnXara do Bispo no dia 15 de Outubro.

O prémio é igual à resposta
As respostas serão recebidas não se sabe bem por quem. Este concurso não foi autorizado pelo Governo Civil.
Então? Integrar, preparar e comer, ouvir ou ensaiar? O que é que nós fazemos melhor?

21.9.05

Pensamento do dia

Se cada Mourinho tivesse o seu Abramovitch, falariamos todos Mirandês.

20.9.05

Imagens da memória futura 8
O Mourinho e eu

Uma vez mais, apanho boleia das divagações do companheiro Carlos Barata. Era de facto uma falha que urgia selar: como conseguimos nós manter vivo durante tanto tempo este espaço de memória partilhada sem convocar esse espírito tão presente na aventura da Ronda?
Aqui fica então o registo do meu inesquecível encontro com essa incontornável figura - literalmente, com a figura - da cultura transmontana: António Maria Mourinho, vulto evocado a cada entoação de Duas Igrejas. Foi algures no mês de Julho de 2004. Reparo agora que vestia precisamente a mesma t-shirt que visto hoje (entretanto lavei-a, descansem). Seguiu-se uma posta mirandesa, igualmente inesquecível, na Balbina, acolhedora casa no centro histórico de Miranda do Douro. Recomenda-se. Uma divinal alheira de entrada. Tudo regado, se bem me lembro da extravagância, com Vinha Grande.

DCXLIII

As letras que servem de título a este "bost" são a numeração romana correspondente ao meu exemplar do "Asterix L Goulés" que comprei esta tarde.
Depois de receber doses de propaganda a esta peculiar obra, de cada vez que fui tocar com a venerável Ronda - "Ao Padre Mourinho devemos a manutenção do Mirandês que é hoje ensinado a dezenas de crianças nas terras de Miranda e, vejam bem, até o Asterix vai ser brevemente publicado neste dialecto ex-em-vias-de-desaparecimento"- só me restava esportular os respectivos 10,80€ para a sua obtenção.
Vale a pena! Vale a pena ver "Oubelix" a dizer ao Panoramix que se sente "un cachico zbalido". E ele a responder que "Yá te dixe miles de bezes que caíste andrento quando eras pequerrico". Vale a pena ver o Asterix a dizer que "estes Romanos son boubos" e que tem "gana de dar uns çupapos" e ver todos, no fim, a comer "cochino muntés".
Ls diuses bos l páguen! E mais não digo.

imagem gamada no site da FNAC

19.9.05

Sideways




2510 quilómetros depois, o regresso a casa. Engraçado como por vezes me custa mais quando regresso que quando parto. Foi o caso. A parte do parto foi sem dor. E daí por diante tudo correu muito bem. Dez dias na estrada sem destino certo. Daqui para Braga, daí para Santiago (companheiros: 0 16 continua vivo). Daí para Nóia (e eu tenho uma paranóia, como sabeis, pelas terras galegas), de Nóia para Muros. Depois Estorde, depois Finisterra, depois Caión, depois Pontdeume, sempre a subir até à ponta da península para conhecer Ferrol, a terra do velho caudillo Franco. Vinho, pulpo, chipirones, mais vinho, gambas à la plancha, tábua de jamon, tábua de quejos, tábua de tudo com muito pão e por favor não se esqueça do vinho. Ribera, tinto, maduro, criança, 16 graus. E de postre? Carajillo, pois.

Seria o paraíso na Terra, não fosse esta terra o penico de Nosso Senhor. Começámos com chuva em Santiago. Até aí nada de novo. Não existe Santiago sem chuva. Fomos depois sempre para norte, correndo à frente das águas. Quando molhámos os pezinhos no Cantábrico e não restava mais para onde fugir, fintámos as nuvens com um inesperado e virtuoso drible, invertendo a marcha para paragens meridionais. E aí estamos nós em Sanxenxo, a banhos numa praia virada a sul. Jantar em Portunovo, mesmo ali ao lado. Pulpo e mais pulpo e mais gambas e mais vinho e o raio que parta esta gente que me há-de matar de gula e amores pelos encantos da sua mesa fraterna. E mais chuva.

Estamos em O Groove, capital mundial do marisco e da azia (é expressamente proíbida a entrada a forasteiros que não venham munidos de antiácidos). Um almoço frugal: venha pulpo, venha empanada de bacalao. E vinho, claro. Alvarinho das rias baixas. Para finalizar, bavaroise de Compensan.

Imagens sem som na TVE: primeiro da implosão das velhas carcaças da Torralta; agora da chuva impiedosa que se abate sobre o nordeste da península e das cheias em Navarra. Que estão os deuses a tentar dizer-nos? Que por estes dias Galiza, Astúrias e País Basco não são destino que se aconselhe a quem viaja de barraca às costas. Sem dúvida que sim. Que devemos rumar a Tróia ao encontro surpresa da família que ali se juntou para uma jantarada e ver a bola? Óbvio.

Seiscentos quilómetros depois, eis-nos a banhos de olhos postos na Arrábida. Uma mudança total de cenário. Gambas, farinheira com ovos, Pera Manca, pão, mais gambas, mais Pera Manca. Era branco, mas fez por merecer o nome. Que bom poder descansar daquela alarvidade galega, não é? No dia seguinte há feijoada e pão e vinho e o que mais houver. Fujamos amor, que eles nos querem matar pelo bucho! Rumo ao sul, uma vez mais, sem paragens até Odeceixe.

Dali até Aljezur é um saltinho. Fixem o nome: Pontapé. Mais uma bandeirola para espetar no mapa gastronómico. Bem no centro da vila, é só perguntar. Lulas à algarvia, e pão e vinho e pudim de batata doce e medronho e ai mãe que eu vou-me abaixo.

Seguem-se quatro dias de paraíso virado a sudoeste. Nós, quase ninguém e um tempo de entardeceres dourados. Os banhos no Algarve, na praia de Odeceixe, as refeições e as dormidas no Alentejo, ali mesmo em São Miguel, no melhor parque de campismo do País. Antes do fim, uma última paragem em Sesimbra. Noite no Hotel do Mar (cinco talones meus amigos, aproveitem). Gambas, ameijoas, vinho. Um modesto mas honrado BSE à temperatura certa.

E agora o regresso. A ressaca. Dois dias a abichornar pelos cantos da casa, na mais ronceira, despudorada e acéfala das perguiças. Um plácido e imenso domingo que fecha em grande com uma agradável surpresa: Sideways, filme que por alguma razão nos havia escapado desde 2004. Filme bonito e inteligente em que a viagem, a mesa e - mais que tudo - o vinho desempenham um papel central. E é esta a sugestão do dia.

14.9.05

ANIMAIS
(dedicado à Ronda dos Quatro Caminhos)

Pedem-vos Música
E vós dais,
Generosos,
Alegres,
Em rasgos de talento
Espalhando ao vento
Os sons que tocais

Mas pedem-vos mais:
Cantigas e danças,
Chulas , contradanças
E vós, bestiais,
Dais!

Pedem-vos festa,
E vós festejais!

Pedem que animem,
E vós.. animais!!

13.9.05

Memórias presentes

Correndo o risco de andar a particularizar o que colectivo devia ser, deixem-me recordar, resumidamente um pedacinho da minha vida.
A minha mãe, que se foi faz amanhã dois meses, era professora de piano e dava as suas aulas em casa, em Tomar, onde vivi até aos meus quase 18 anos. As lições, os seus ruídos musicais, as escalas e os exercícios (o Hahnon), as peças e solfejos, foram a banda sonora da minha infância. Não se pense que eu ou os meus irmãos absorviamos tudo aquilo conscientemente. Não sabiamos o que ouviamos e nem sequer ligavamos muito. Trauteavamos as músicas até com os erros dos alunos, o que por vezes tornava tudo bem divertido.
Vem isto a propósito de, às vezes, ouvir uma peça, reconhecê-la, e andar às voltas a tentar perceber porque é que aquilo me soa tão familiar. No Domingo de manhã, estava a ler o jornal e a ouvir o "Mezzo", reconheci uma música que me visitava vinda do passado. Olhei e li que era Schubert e o "Momento Musical nº 3".
Obrigado património genético, obrigado subconsciente.
Que rica maneira de começar um Domingo.

11.9.05

Caixa de aclamações

A Ronda está verde de contente ( é claro que há excepções mas, não passam disso mesmo).

9.9.05

Dramático

É Dramático mas não é trágico. O Pavilhão (do Dramático) de Cascais terá começado hoje a ser demolido. Não fico nada chateado até porque não punha lá os pés há uma carrada d'anos.
Em todo o caso, rectro-avivo o pensamento e descubro, entre outras coisas inesquecíveis, os concertos que lá vi dos Procol Harum (penso que foi o primeiro lá realizado e aquilo estava em atrasado estado de construção), dos Blood, Sweat & Tears (com um fabuloso guitarrista sueco e um cantor muito bom que não era o titular David Clayton-Thomas), dos Génesis (com o Lamb lies down, o mais célebre concerto de todos), dos Tubes (surpreendentemente um dos melhores que lá vi), do Peter Gabriel (que entrou mais os músicos, com uns faróis, pelo meio do público), dos Supertramp (muita gente!) e dos primeiros festivais de Jazz (com umas vaias inexplicáveis ao seu organizador Luis Vilas-Boas, que nunca pareceu importar-se com isso).
Nos primeiros tempos Portugal era mesmo o cu da Europa. Os viciados em música parecia que iam ver a Deus e eram completamente felizes durante aqueles momentos. Depois, os concertos vulgarizaram-se, a Televisão começou a mostrar os "artistas" (até a cores) e os tais viciados deixaram de ser uma mini-minoria. Ainda bem!. Mas fica cá qualquer coisa, o que não é dramático.
É por isso que o Dramático pode ir abaixo descansado.

8.9.05

Embragados

O título deste "bost", tem a ver com Braga e não com embargados nem embriagados. Isto, apesar da sequência escrita poder indiciar tal.
A Ronda foi tocar anteontem, dia 5, à festa da cerveja em Braga. Depois das festas do vinho de Aveiras e Vila Nova de Ourém, da festas da cerveja do Castelo de S. Jorge e da referida de Braga, estamos em condições de ir à festa da bagaceira de Amarante, da ginja de Óbidos, do espumante de Lamego ou, até, da vodka de Helsínquia ou do rum de Havana.
Saímos às 14 horas do bairro da Expo com a lotação esgotada no autocarrinho. Novidades: Alain, Rui Mira e Vasco Garibaldi. O baixante era o Pedro V.
Jantar correcto (não ler "com o recto") num restaurante na praça onde se realizava a festa da cerveja. Recinto muito agradável e boa organização. O espectáculo correu bem, sem nenhuma multidão a ver mas confortavelmente assistidos. Fomos atraiçoados por uma noite manhosa de 2ª feira, de céu pingante e ranhoso que nos agrupou alguns espectadores debaixo dos chapéus de sol/chuva.
Belos quartos do Confort Inn, pequeno-almoço e ida para a oficina do artesão-construtor de instrumentos Domingos Machado e para o seu Museu de Cordofones, em Tebosa. O Domingos Machado é uma personagem histórica e uma pessoa cativante com a sua paixão e orgulho pelo que faz. Passámos uma bela manhã e só faltou a prova do seu famoso vinho caseiro devido à hora matinal (o critério foi do proprietário e desgostou alguns gulosos). Fica pr'á próxima.
Antes do embarque regressante foi tempo de nos despedirmos do cantor João e da sua excelsa (significa isto que ela já foi Celsa?) esposa, em trânsito (coitados) para férias no estrangeiro. Cantou-se também o Hino da Inveja com a raiva correspondente de todos os presentes.
Almoço no Rui dos Leitões, em Coimbra, onde comemos mini-porco. Quem não comeu mini-porco ficará sem os componentes necessários aos factores de crescimento. (Isto vem a que propósito?).
Lisboa e o seu trânsito perto das 18.30H.

7.9.05

Restaurantes cativantes

O que se explica seguidamente refere-se a restaurantes mas poder-se-ia aplicar a qualquer outra coisa.
Por vezes gostamos de um restaurante e repetimos a visita. Essa repetição envolve uma qualificação positiva pois não é normal repetir aquilo que não nos agrada.
É aqui que aparece a cativação. Explicamos a nossa escolha ao classificarmos os restaurantes como cativantes:"Escolho estes restaurantes porque já cá tiv'antes".

5.9.05

Imagens da memória futura 7
(Até já)

Como sabem, caros companheiros, estarei ausente a partir de hoje e por tempo incerto (não mais que duas semanas). Voltarei com novas das terras da Galiza, talvez das Astúrias, quiçá do País Basco. Entretanto, alguém meta mão nisto. Não deixem a coisa esmorecer. Para despedida, deixo-vos mais um pedaço de memória importado dos nossos arquivos. Até já.



Foto: José Miguel Oliveira

Centro Cultural de Belém, 24 de Janeiro de 2004

Gralhas inofensivas


Escrever para publicação instantânea tem os seus riscos. Não é raro entrever uma gralha a esvoaçar pelo texto acima, uma calinada que escorrega frase abaixo. Ou ter até de reconhecer um inadvertido pontapé na gramática que nos magoa o ego. Mas não devem os prezados companheiros deixar que as inevitáveis contingências da escrita vos estanquem a veia criativa do verbo. Porque está cientficamente provado que a importância do erro é relativa.

" Sguedno um etsduo da Uinversriadde de Cmabgirde, a oderm das lertas nas pavralas não tem ipmortnacia qsuae nnhuema. O que ipmrtoa é que a prmiiera e a utlima lreta etsajem no lcoal cetro. De rseto, pdoe ler tduo sem gardnes dfiilcuddaes... Itso é prouqe o crebéro lê as pavralas cmoo um tdoo e não lreta por lerta "

4.9.05

Reflexões do santo do dia



Embalado pela meditação do companheiro Carlos Barata, que avisadamente nos recorda que é este um dia santo, lembrei-me eu de evocar o santo do dia. No caso, a santa. Sendo hoje dia 4 de Setembro, manda o calendário cristão que se celebre a memória de Santa Rosália, Virgem.
Nascida na cidade de Palermo, algures no decorrer do século XII, era esta rapariga de linhagem nobre do sul da Itália e descendia remotamente do grande imperador Carlos Magno. Reza a lenda que aos 14 anos, era Rosália já senhora de uma tentadora formosura, se viu na epifânica presença de Nossa Senhora. Recomendou a Virgem que a bela jovem, ainda virgem, se subtraisse o quanto antes à convivência da restante humanidade, pois que sua alma corria perigo de se deixar corromper pelo vício e conspurcar pelo pecado. Obedecendo à divina imagem, Rosália escapou-se de casa, sem dar notícia a seus pais. Tornou-se desde logo esta santa criatura na primeira - e, até prova em contrário, única - adolescente a fugir à guarda de seus progenitores não para abraçar a tentação, mas antes para preservar a sua pureza.
Prossegue a inspiradora lenda, contando que dois anjos, apresentando-se em figuras humanas, acompanharam a bela Rosália até uma gruta onde ela permaneceu oculta do mundo, levando vida de oração e penitência. Alguns meses depois, os mesmos anjos regressaram. E aqui, embora os vossos corações se possam sentir ensombrados pela dúvida (pois que raio, quem não treme perante a ideia de dois marmanjos que escondem uma doce jovenzinha de formas volumosas numa gruta recôndita para lhe prestarem depois uma visita de quando em vez?), fiquem os estimados companheiros sabendo que pretendiam apenas estes enviados dos céus advertir Rosália de que se deveria afastar ainda mais, pois que seus pais a estavam procurando por aquelas ermas paragens. Novamente escoltada pelos mensageiros celestes, a menina Rosália subiu ao alto do Monte Pelegrino, onde passou os 16 anos seguintes da sua vida. Faleceu na solidão ermita aos 30 anos, virgem como o melhor azeite, e é ainda hoje venerada como padroeira da cidade de Palermo. Moral da história? Não faço a mínima ideia.

Reflexões de dia santo

1- Irmão, meu amigo, será que hoje já pensaste no DVD da Ronda? O que é que tu tens feito por ele? O que poderias ter feito por ele? Será que te comprometeste com alguma coisa e não estás a cumprir? Lembra-te que, se estás a contar com o fruto da galinha no recto da mesma, o objectivo final pode não ser alcançado! E o Natal está aí! Medita irmão. Merdita!!
2- No dia 4 de Setembro de 1967 foi fundado "Les Luthiers". Vão à Galiza e Astúrias no próximo Outubro. Ó João! Importas-te de me comprar bilhetes para o espectáculo de Vigo no pavilhão "Las Traviesas" no Sábado 22? São dois! Obrigadinho.
3- Amanhã vamos tocar à "Festa da Cerveja" de Braga. Até lá!

2.9.05

Imagens da memória futura 6


Foto: José Miguel Oliveira

Praia do Rosário, dia incerto do ano 2000

Quem não ganha vontade?



Foto tirada pelo assinador infra em Mourão, dia 28 de Maio de 2005. Fomos todos à Adega Velha comer uma grãzuada com alguns dos nossos companheiros do Coro de Moura.
O boneco é uma ideia dos Serviços de Higiene e Saneamento da Câmara Municipal de Mourão que assim pretende ajudar os que "não sentem assim muita vontade mas gostavam de a ter (a vontade)".
Ideia a ser seguida por outras câmaras, agora que se inicia uma nova campanha autárquica.

1.9.05

Hermeto



Já que no dia da vinda ao Festival de Sines do nosso admirado Hermeto Pascoal o povo Rondal estava na dura labuta da distribuição decibélica de música, aqui fica o aviso da sua reincidência.
CULTURGEST, 8 de Outubro, 20 Euros. Bilhetes só no local.
Quem se oferece para lá ir?

Tiques e infortúnios

Queiram os companheiros perdoar este longo silêncio de dias, mas tenho andado às avessas com as tecnologias da informação e da comunicação (para encurtar o comboio do verbo, há quem simplesmente lhes chame TIC). Primeiro foi o meu computador. Esta máquina desavergonhada que insiste em demonstrar diariamente a total e descarada falta de respeito que por mim nutre. Os amúos são frequentes. Umas vezes surgem sob a forma de bloqueios de processamento de informação que se alongam em autênticas greves; outras, as verdadeiramente deseperantes e assassinas dos meus brandos costumes, envolvem a perda do trabalho de algumas horas, seguida de uma mensagem, tão telegráfica quanto indecifrável, que me dá a escolher entre o sim e o sim. "Encontrei um erro fatal, código xpto, vou ter que encerrar. Ok?" Ok ou quê? Por que raio insiste este asno cibernético em embrulhar a sua teimosia em contumélias de boa educação? "Carissimo otário: venho por este meio informá-lo que, por força do meu capricho, vou assassinar sumariamente todos os seus projectos do dia e despejar o esforço, empenho e dedicação que esses seus gentis dedos gordurosos imprimiram laboriosamente no meu teclado e no meu rato [supondo que o bicho é macho] pela latrina dos meus chips. Queira fazer o favor de acusar recepção desta mensagem e o obséquio de validar o inevitável. Cordiais saudações. Atentamente, Pentium IV". Irritante tique desta TIC (experimentem dizer isto depressa).

Mas não terminam aqui as minhas desventuras tecnológicas. Como bem se recordam os queridos companheiros, foi este vosso humilde amigo vítima em tempo recentes de um crime vil. Enquanto trabalhava arduamente para merecer direito à paz e ao pão (e a uma ocasional sopa de cação), uns gatunos descarados decidiram partir o vidro lateral direito da minha modesta viatura para furtar o meu ainda mais modesto telemóvel (esse sim, um saudoso aparelho de elevado carácter e grande envergadura moral, fiel trabalhador e admirável resistente que passou a merecer todo o meu respeito depois de ter sobrevivido - sem sequer se desligar - a duas quedas consecutivas no fosso dos leões do Estádio de Alvalade). Pois fiquem os estimados colegas a saber que, menos de quinze noites volvidas sobre esse infeliz episódio, foi este vosso camarada de armas e bagagens alvo de novo infortúnio. Passo a relatar.

Disfrutava eu de uma frugal refeição em pé, suportando nos ombros o jugo da responsabilidade de ter de regressar apressadamente ao posto de trabalho, quando tudo se sucedeu a uma velocidade vertiginosa. Viro-me momentaneamente para solicitar a cedência de um adereço à gentil empregada que assomava volumosamente sobre o balcão e deixo nas minhas costas as duas caras amigas que partilhavam comigo a urgência da alimentação que é inimiga de qualquer esófago. Nisto, aproximam-se dois cidadãos romenos que recentemente decidiram expandir negócio além fronteiras e agora investem todo o seu talento e empreendedorismo empresarial entre nós. "Sinhôra moeda, sinhôra compre, sinhôra por favor". As caras amigas declinam educadamente a gentil oferta de negócio e deixam claro o seu desinteresse perante os múltiplos e insistentes pedidos disparados em apenas dez segundos. Há uma empregada do estabelecimento que pede aos senhores o obséquio de levarem o seu negócio para outro lado. E há o silêncio que se segue (silêncio). É então que este vosso honrado comparsa se vira para a exígua mesa redonda e atira: "saberão as estimadas amigas me informar onde se encontra o meu telemóvel?" As cenas que se seguem têm tanto de lamentável como de previsível. Há um estridente "Ai aqueles f**h*s da *u**a" que se solta de uma educada garganta feminina traída pela supresa. Segue-se uma ofegante corrida até à porta, muitos olhos que nos olham na rua, percebendo o desepero, e dedos que apontam, denunciantes: "foram por ali". Há depois uma violenta corrida de uns bons oitocentos metros, entre as ruas da baixa lisboeta, empregue a uma velocidade suficiente para cumprir os mínimos olímpicos. Tudo isto termina com a desistência resignada deste vosso infeliz parceiro, prestes a regurgitar os próprios brônquios e entristecido por não ter já a agilidade e largura de passo suficientes para alcançar aqueles dois chausescos de uma figa.

Desolado frente a este torpe cenário, sobrava neste coração fustigado pela desgraça dos dias uma única consolação: a de imaginar o Ivan Burlesco e o Hadgi Põetafresco (permitam-me a liberdade criativa de baptizar os agentes do meu descontentamento) deliciados com as lindas imagens guardadas no malogrado aparelho, mostrando cada um de vós, ilutres companheiros, em poses de backstage e camarim.

Caixa de reclamações

Quem andou a espalhar na net que eu além de gordo e falido sou pouco dotado e de cabisbaixo-ventre?
Todos os dias sou bombardeado com emails que me oferecem dietas, empréstimos de dinheiro, avolumentação da parte visível(!!) do aparelho "urinárinãosó" e "viagra" capaz de transformar um cabisbaixo num cabisalto.
Não consigo livrar-me deles (dos emails). Razão pela qual peço a(o,`,os,`s) boateir(o, a,os,as) que se apressem a fazer um desmentido, sob a ameaça de me fazer publicar em foto que possa provar o falso dessas miseráveis aleivosias.
ALÔ!! ESTÁ AÍ ALGUÉM??