31.10.05

Baixo (e não és tu!!)

Agora, que vou amadurecendo a provecta*, acontece-me por vezes ser atraiçoado pelos acontecimentos e espoliado, em nome da modernidade, de algumas coisas a que sempre me habituei e, pura e simplesmente, desaparecem. Vocês, que já me aturam há uns tempos, já sabem do meu ódio às calças com botões metálicos, daqueles que magoam os dedos e que nos obrigam a usar as duas mãos para o simples acto de abrir a berguilha (que é uma corruptela de braguilha, que vem de braga, cueca em castelhano). Mas lá me vou consolando, pensando que o futuro nos reservará um comando electrónico com abre-fecha, elevador, assoprador-sacudidor (saco-di-dor, até dá arrepios) com o problema da falta de pilha, do fecho inopinado, esganador e, quiçá,.. decapita-dor (e lá vem a dor outra vez).

Por vezes, provocatoriamente, falo do tempo em que havia música. É mesmo provocação porque gosto muito de muita música que hoje se faz. Só que hoje, a ouvir o album do Paul mcCartney**, deu-me cá umas saudades do tempo em que o Baixo-eléctrico era um instrumento harmónico-melódico, em vez de um instrumento de percussão de altura determinada. É claro que esta minha apreciação vai em tosco e que uma apreciação mais fina mostraria que as coisas nunca são assim tão definitivas.
Mas estas apreciações emocionais podem acontecer quando se ouve música do tempo em que ela existia e se mijava só com uma mão.

*idade
**- *****

26.10.05

Speakeasy tu (e eu, e nós...)

As fotos estão como estão mas já dá para ter saudades. Passámos um bom bocado. Não é verdade?





Para futura tira-teimas
  • Jantar no Palácio de Alcântara com 1/2 quarteto pois o Vasco e a Paula Pestana apareceram quase ao findar da refeição e o Sérgio procurou melhor companhia.
  • O Márinho, por indisposição, abandonou o recinto e foi curar a dor de cabeça para o carro.
  • Tocámos em duas doses
  • I 1) Canção de janeiro 2) Romaria 3) Flor da Rosa 4) Anima mea 4) Chula de paus 5) Gota d'água 6) Sol baixinho 7) Baile da Povoação.
  • II 1) Cantador 2) Azeitona 3) Passarinho 4) Saias 5) Mulatas 6) S. João/Fandango 7) Natália 8) 2 Igrejas 9) Chula de Cabril.
  • Encores: Natália, Chula velha, Baile da povoação (e não sei se mais alguma).
  • Em palco (ou perto): A Ronda mais a Paula Pestana e Sérgio Crisóstomo (violinos), Pedro Rui Teixeira (violeta), Luis Manuel (violoncelo) além do Vasco Maestro na viola emprestada porque a dele, para stress do próprio, não quis funcionar. Som e raider técnico de Miguel Salema:

  • Tocámos verdadeiramente no dia 26 porque começámos depois da meia-noite.
  • Depois de conversas + comes e bebes + arrumações, saímos de lá depois das 4 da manhã.
  • Obrigado ao Nando Araújo, ao Gil do Carmo e a toda a gente que nos ajudou. Obrigado!!

Speakeasy - Dei Afta

Aquela açorda que comi em Alcântara antes da nossa intervenção "chez Speakeasy" fez-me uma afta. Mas já a dei.
Um primeiro contacto com a gravação feita com o mini-disc no "ninho do Miguel" está-me a deixar entusiasmado. Ouve-se com gosto.

25.10.05

Encontro marcado

Deixo apenas mais um lembrete, para que ninguém possa dizer que confundiu o dia. A Ronda toca esta noite no Speakeasy, em Lisboa. Um espectáculo que vale a pena por quatro razões: porque é da Ronda (e poderíamos ficar por aqui, que este é já argumento bastante); porque nos faremos acompanhar de um magnífico quarteto de amigos de cordas, com o qual pretendemos fazer algum trabalho nos próximos tempos (e com isso se faz também a estreia absoluta de alguns novos arranjos); porque vamos ter o digníssimo maestro Vasco Pearce de Azevedo agarrado a uma guitarra a tocar connosco; e, enfim , porque vai ser de chorar a rir ver estes onze moços ao empurrão, tentando achar espaço num palco minúsculo.

24.10.05

Força companheiro Vasco 2

Este espaço entrou oficialmente em funcionamento no dia 27 de Julho deste ano com um post dedicado ao estimado companheiro Vasco Pearce de Azevedo (quem não sabe quem é, apareça amanhã à noite no SpeakEasy: dos dois gajos com uma guitarra na mão, é o que souber tocar e for menos bonito, não tem nada que enganar). Nesse breve apontamento, dava eu conta da vinda a Portugal dos Van der Graaf Generator, lendária banda do rock progressivo que o companheiro Vasco tanto aprecia e que este noa se reuniu em estúdio após 27 anos de silêncio.

Pois bem, como acontece a muitas certezas nesta vida, esta esfumou-se em desilusão. Os rapazes cancelaram os concertos agendados para Lisboa e Madrid e o estimado Vasco ficou com o bilhete na mão. Na esperança de trazer algum ânimo de volta ao coração do nosso prezado amigo, aqui deixo uma outra notícia em primeira mão: os clones dos Genesis vão regressar a Portugal. Os Musical Box voltam a tocar na Aula Magna a 10 de Março, apresentando-se no dia seguinte no Europarque de Santa Maria da Feira. De acordo com os próprios, será o fim da digressão Lamb Lies Down on Broadway e a última vez que os rapazes reproduzem esta obra prima ao vivo. Os bilhetes variam entre os 42€ e os 50€ (!).

Da inveja




Caros companheiros, roei-vos de inveja: dia 26 de Novembro, a jovem Ana Sofia Varela (aqui retratada num quadro do italiano Ricardo Benvenuti) dá um espectáculo no Teatro Principale de Vilanova i la Geltrú, essa mítica terra catalã onde a ilustre Ronda está para tocar desde a última vez que o Sporting foi campeão - o mesmo é dizer que, não sendo assim há tanto tempo, é já promessa antiga. Vamos lá ouvi-la?

21.10.05

Estreia Mundial




Aqui fica, para primeiro contacto, a maquete da capa da primeira edição DVD da Ronda. Com a ajuda de Santa Ingrácia, parece que conseguimos finalmente atravessar a floresta de obstáculos e contratempos que protelaram o trabalho.

Ronda dos Quatro Caminhos
com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa e Coros do Alentejo
ao vivo no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém

Muito em breve, numa loja perto de si.

Referendo

No decorrer dos trabalhos de composição gráfica da capa da primeira edição DVD da Ronda dos Quatro Caminhos, deparámo-nos - entenda-se o emprego da primeira pessoa do plural como uma referência ao conjunto formado por mim e pelo estimado companheiro Pedro Pitta Groz - com uma dúvida que, embora singela, arrasta consigo outras questões de considerável envergadura ética e ontológica. A saber: ao inscrevermos o endereço da página de Internet da Ronda no complexo mosaico de informações que forçosamente vai povoar a contracapa desta edição (o www.rondadosquatrocaminhos.com, que é neste momento, como sabeis, um canal de comunicação adormecido), suspendemos as actividades para discutir a hipótese de, em anexo, ser também incluida a morada deste blog (http://dosquatrocaminhos.com, que é neste momento, como também sabeis, a única janela de comunicação verdadeiramente activa do grupo com o mundo online). Falamos, claro está, de uma referência mínima (qualquer coisa e corpo oito) perdida no meio de muitas outras, que serve apenas para assinalar este espaço no universo do grupo.

Ora, como os prezados companheiros poderão facilmente testemunhar, qualquer busca inocente realizada no Google por um qualquer curioso, a partir de uma qualquer recôndita parte do mundo, que reúna os termos "ronda" e "escroto" *, virá inexoravelmente bater a esta porta.

Tomando este dado em consideração, imagine-se, a título de exemplo, a seguinte situação ficcionada: ao acordar pela manhã, Dildo Vanderley, honrado cidadão de Cuibá, no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, perecebe que foi atacado de uma irritação alérgica numa das mais sensíveis e resguardadas áreas da epiderme que lhe cobre o corpo. Alarmado pelo fenómeno, e perante a injustificada mas compreensível vergonha que o coíbe de discutir o problema com família, amigos ou mesmo com o seu médico, Dildo decide consultar o grande oráculo do século XXI. Liga-se à Internet, entra no Google e insere a frase chave no campo da pesquisa: "Irritação na pele que ronda o escroto". E bingo. Benvindo ao blog dos músicos da Ronda dos Quatro Caminhos.

Serve este exemplo, certamente inverosímil, para partilhar convosco a minha inquietação sobre quais devem ser os limites - se alguns devem haver - ao verbo com que neste espaço ilustramos o fértil imaginário desta pandilha. Uma vez ultrapassada esta questão, tomo a iniciativa de lançar em referendo a pergunta: deve ou não o blog da Ronda ser publicitado como espaço de comunicação institucional do grupo? É apenas uma forma airosa de estimular o são convívio democrático e impedir que a decisão seja tomada unilateralmente pelo patrão :-)

* ver post colocado duas posições abaixo

Fim de semana

Tenho vários grupos jantaristas ou almoçaristas. Mais propriamente, reuniões gastronómicas de convívio entre pessoas que em determinado momento estiveram próximas.
Acho que, neste momento, são quatro:
1- Última sexta-feira de cada mês, grupo de Almada. São entre 12 e 20 convivas e tem a particularidade de ter um livro de actas que é um repositório de grandes curtições alarvo-literárias.
2- Quando calha, e de forma rotativa em casa de cada um dos seus 6 elementos (2 vezes por ano). Ficou célebre um leitãozinho de porco preto, comido numa herdade em Moura, que mereceu poema alusivo a publicar neste blog.
3- Fim de Setembro, amigos de infãncia de Tomar. Tenho um especial carinho por este que já se realiza há mais de 20 anos. É um singelo almoço a uma sexta-feira, em Lisboa.
4- Duas vezes por ano, a que procuro ir pelo menos uma das vezes, e que congrega gente de Tomar. Tem uns 10 anos de tradição e realiza-se, de há alguns anos a esta parte, no Restaurante "A Lúria" em Cochões, perto de Tomar. Uma vez levei lá o João Oliveira e Senhora e quase que tivemos de fugir ao fim da quinta tasca p'ra não fazer figuras tristes.
Este fim de semana, se tudo correr de acordo com o desejado, vou a este último. Como há feira em Tomar depois de provar a água-pé vou comprar passas diversas e a bom preço. Domingo temos ensaio às 15 horas.
Adivinha-se um belo fim de semana.

18.10.05

A Ronda volta a atacar. Dia 25 no Speakeasy.

Então ninguém anuncia aqui a ida da ronda ao Speakeasy?
Para quem não saiba é nas Docas, ao lado da "Passerelle". Se entrarem e os gajos dos instrumentos na mão estiverem na plateia, é na porta ao lado (!!!) (se calhar não devia ter escroto, digo escrito, isto).
Prevê-se, caso caibam no palco, o acrescento simpático de um valoroso quarteto de 4 músicos 4 em instrumentos clássicos de corda e um arrojado Maestro Azevedo a esfarrapar numa guitarra de seis também cordas.
Será feita a 1ª audição mundial dos seguintes trechos, na sua versão mini-orquestral: "Flor da Rosa" dedicada a todas as Rosas deste país e "Eu nunca fui cantador" cantado, com propriedade e na 1ª pessoa, por todos os componentes do grupo, especialmente pelo Márinho.
Dia 25, terça-feira, no Speakeasy.

16.10.05

Ó vizinha dê cá música

De tão fielmente repetido, o gesto agarrou-se às manhãs de sábado com a força de um hábito antigo: cá por casa, o primeiro a saltar da cama vai até à porta da rua e abre-a o suficiente para deixar caber a mão e agarrar o saco pendurado no puxador do lado de fora. Lá dentro, um casqueiro alentejano bem cozido e ainda quente.

Pode acontecer que nesse dia vá trabalhar, que saia pouco depois apenas para comprar jornais ou partir ao encontro dos prezados companheiros para uma vez mais nos fazermos à estrada. Pode acontecer que simplesmente volte para dentro e me aplique a mandriar com o afinco de um atleta de alta competição. Podem acontecer muitas coisas na alvorada de um sábado, mas há duas que sempre se repetiram religiosamente, permitindo ao meu espírito amanhecer com a paz de uma certeza cavaquista: o meu pai deposita na minha porta um dos três pães da Vidigueira comprados trinta segundos depois do senhor Chico abrir as portas do minimercado; e a minha estimada vizinha de baixo dedica-se às lides da casa na companhia da sua amiga Celine Dion, frustrando a minha pretensão de prolongar o sono.

Até que, abrupta e sem aviso, a mudança chegou. É sabado. Salto da cama, arrasto uns passos descalços até à porta da rua, jogo a mão e pesco o saco. Lá dentro, o quilo prometido. Mas eis então que sou sacudido pela inesperada infidelidade da minha estimada vizinha: lá em baixo, uma voz masculina inunda hoje os metros cúbicos que antes eram coutada da estridente canadiana. Detenho-me em silêncio enquanto me esforço por reconstituir as feições dessa presença grave e familiar... mas que raio faz o Duarte Macias no meu prédio?!

Há umas semanas, toda a minha vizinhança descobriu os sons de Terra de Abrigo e o condomínio nunca mais foi o mesmo. Ao sábado, abro a porta de mansinho para apanhar o pão da Vidigueira e logo uma horda de alentejanos me invade a casa. E já cheguei a mandar-me calar a mim mesmo para conseguir dormir mais um pouco.

14.10.05

Sê Cindy!!

Sê Cindy! Por favor, sê Cindy!
Não apagues a memória
Do que nunca aconteceu
Se nunca tu Cindy foste
Podias deixar estar a história
Dum passado que não morreu
-Pois que nem sequer existiu-
E de um singelo vestido verde
Que nunca jamais ninguém viu*

Ninguém?
Não, que eu sou testemunha
Da inveja que senti
Tu c'o neto do Sr. Anibal
E eu sozinho sem ti

Pelo calor no coração
Pelos ciúme que vivi
Pela imaginação
Pelas estrelas do vestido
Pela beleza da história
Pelos pelos que nem vi

P'la memória que acendi
Sê Cindy! Por favor, sê Cindy! (c/o i acentuado)

*costumo ter aqui uma rima mas contive-me

A fraude

Uma fraude infame. É isso que me traz de regresso ao vosso encontro, prezados companheiros, depois do silêncio forçado por um ataque sazonal de alergia que chegou a prometer degenerar numa influenza aviária. Uma fraude infame, repito. Um acto de terrorismo contra imaginário deste espaço de poesia. A Cindy, oh amigos meus, a Cindy... resisto ainda a violentar-vos com esta triste nova... a Cindy não existe.

Depois de uma apurada investigação jornalística - que certamente me teria levado ao cruzamento de centenas de fontes e testemunhos, longas horas de entrevistas e estudos, não fosse o autor do crime, por sua própria vontade e iniciativa, me ter vindo confessar a infâmia aos ouvidos, com um descarado sorriso de gozo - após apurada investigação, dizia eu, descobri que, afinal, a Cindy não é do Pedrogão Grand, a Cindy não é emigrante, a Cindy não é neta do senhor Aníbal, a Cindy não nos escrevia de Salt Lake City. Não camaradas. a Cindy não é Cindy. A Cindy, provavelmente, nem sequer serviu de cabide a esse bonito e pueril vestido de estrelas verdes que cintilavam já na abóbada celeste dos nossos sonhos.

A verdade, estimados amigos e leitores, é que Cindy se chama Flaviana, nasceu e cresceu perto da Ribeira dos Milagres, tem horror aos pés dos outros e gosta de vestir os seus com meias folclóricas de muitas cores. A Cindy que não é Cindy é jornalista desse nobre e centenário pasquim que me ocupa a melhor parte do meu tempo, e assina Rute Araújo. É doida de todo e o seu desporto preferido é atazanar o sono dos justos.

Ora esguardai a a figura aparentemente inofensiva desta vil e pérfida criatura.

11.10.05

Efemérides

Com dois dias de erro, rememoro aqui uma data gloriosa da saga Rondista.
No dia 9 de Outubro de 2002, quatro valorosos rapazes dirigiram-se à base do Barreiro, constituída entre outras coisas por um magnífico estúdio, para trabalharem uma peça de nome "Vibramus" que se destinava a fazer parte de um trabalho de um grupo do qual fazem parte e que se chama Santiago. Chamavam-se esses corajosos moços Miguel Salema, Carlos Barata, António Prata e Pedro Pitta. Qual não foi a sua admiração quando, ao darem ao interruptor da luz, o escuro permaneceu escuro. Aborrecidos, irritados, perceberam que, por falta de pagamento, a electricidade houvera sido cortada.
No dia 9 de Outubro de 2003, três valorosos rapazes, (os mesmos menos o Salema), dirigiram-se ao mesmo local para gravarem (ou misturarem) uma peça de um trabalho de um grupo do qual fazem parte e que se chama Santiago. Mais uma vez a luz não se acendeu, mais uma vez a EDP reagira negativamente à falta de pagamento e, mais uma vez, voltaram para casa todos muito bem dispostos.
9 de Outubro - Dia Mundial da Falta de Luz

10.10.05

Carta a Cindy*

De: João Oliveira, Alhos Vedros, Portugal

Para: Cindy Pereira, Salt Lake City, USA


Cara Cindy:

É o terceiro moço a contar da esquerda quem escreve em resposta às tuas dúvidas.
O meu nome próprio é, de facto, João, mas lamento informar que não sou de Pedrogão Grande nem tão pouco neto do estimado senhor Aníbal. Escusado será por isso dizer que, por mais que dê voltas à memória, infelizmente não me recordo também do vestido das estrelas verdes. Em todo o caso, obrigado pela visita. Por favor, continua a honrar-nos com a tua presença.
Quanto aos concertos da Ronda dos Quatro Caminhos, fica a promessa de que iremos anunciando as datas e os locais atempadamente neste espaço.

Cordialmente
João Oliveira


* serve esta missiva para responder a um coment inscrito no post "O Candidato de Penaferrim 3"

Ronda no Google

Caros companheiros, é com grande satisfação que vos dou deixo esta notícia: este blog já consta do grande mapa Google do mundo online. Basta abrir o motor de busca e fazer uma pesquisa simples com o nome do grupo. É o quarto resultado a surgir no ecrã.

O candidato de Penaferrim 4
A batalha final

Para consulta pública, aqui deixo os resultados finais do escrutínio eleitoral de ontem à noite, no palco ignorado de uma das mais importantes batalhas políticas destas autárquicas. Lamentavelmente, cumpre-me informar que, em face dos números apurados, o nosso candidato a São Pedro de Penaferrim não foi eleito. Assim se perde uma oportunidade de ouro para o amadurecimento político deste País. Outras batalhas haverão, companheiros. Há que manter acesa a chama da renovação. Haja paciência que o povo é soberano, mas é estúpido.

Freguesia S. Pedro de Penaferrim

PPD/PSD.CDS/PP.PPM.MPT: 1871 votos / 44.74%
PS: 1356 votos / 32,42%
PCP/PEV: 429 votos / 10,26%
BE: 250 votos / 5,98%
PCTP/MRPP: 42 votos / 1,00%
PH: 20 votos / 0,48%

9.10.05

Futebol

Angola, ao classificar-se para a final da Alemanha, demonstrou uma capacidade de progressão desportiva esmagadoramente incomparável com o seu ex-colonizador. Portugal só ao fim de 826 anos de existência conseguiu ir a uma final do campeonato do mundo. Angola precisou somente de 3o. Deixem jogar o Akwá.

Hermeticamente.. aberto

A música do concerto foi do melhor. Nem me vou perder a adjectivar músicos, público, sala, estacionamento, som, bife ou conversa. A noite de música perfeita!
Agora o Hermeto Pascoal, personificado em pai da música, a falar da felicidade musical que tem, a falar do prazer de brincar com harmonias e melodias, apaixonado, convincente a apregoar o seu amor por nós (público)...
Que contraste com o ar depressivo do discurso de quem não é capaz de transmitir o prazer que é ser músico, para lá do negócio e do comércio, trocando o principal pelo acessório.
E eu, apesar da onda para-filosofal do que escrevi, acho que tenho razão.
Obrigado Hermeto Pascoal pela oportunidade de escrever isto.

7.10.05

O candidato de Penaferrim 3

5.10.05

O candidato de Penaferrim 2

O candidato de Penaferrim

Já vou ao candidato (salvo seja!) Antes diga-se que cumpri um desejo antigo. Fui hoje atravessar a Baía de Sesimbra a nadar e senti-me muito bem disposto apesar do meu guia, (o meu filho favorito), não ter cumprido o seu papel pois perdeu-me logo na largada e nunca mais me viu. Se a minha modéstia o permitisse falaria aqui da minha performance aquática, da minha capacidade para fintar as vagas alterosas, das comparações possíveis com os valentes marinheiros da gesta marítima portuguesa mas, ...isso seria completamente falso.
Para a minha história registe-se apenas que fiz os 1700 metros em cerca de 31 minutos. A água estava boa e foi um grande prazer.
Saí de Sesimbra a correr (sentido figurado), vim a casa tomar banho e fui para o Cacém actuar com a Ronda perto das 15.30h. O almoço incluía espectáculo, ou vice-versa e correu bem. (o almoço e o espectáculo).
Mas, e aqui é que a javarda entorta o esfingter anal, nada tem importância ao pé do facto de termos tocado com um baixista, de nome Mário Alberto Peniche, que é candidato autárquico à Assembleia de Freguesia de S. Pedro de Penaferrim, que o povo em geral conhece como S. Pedro de Sintra. Estou comovido, orgulhoso, impado e sinceramente arrependido de não ter mudado a minha morada para a Abrunheira, para votar neste nosso querido candidato.
Por uma Freguesia como deve de ser, Márinho ao Poder
Fascismo nunca mais, com o Márinho é que lá vais
Para uma vila fixe, vota no Mário Peniche
Mário Alberto só há um, o Peniche e mais nenhum
Vota nesta lista, pelo autarca baixista
P'ra deixar de pagar a Sisa, o melhor é a Marisa
Hoje Penaferrim, amanhã Portugal, o Márinho é bestial

4.10.05

Animais 2

Hoje, 4 de Outubro, é o Dia Mundial dos Animais. Parabéns!!

3.10.05

Ó nó Lu-Lu

Não. Não estou a dizer que uma determinada Lu-lu deve dar o nó. O título suprascrito é só para dizer que a minha filha Rita foi hoje para Honolulu (Hawai) via Munique, que saíu às 6.30 e que vai chegar cerca de 25 horas depois. Para baralhar: ela vai chegar às 21.40 mas, devido às 10 horas de diferença horária cá serão 7.40. Confuso??
De casa da Rita até ao aeroporto de Honolulu são, em linha recta, 12. 590, 56 Km. E não é bem uma linha recta porque existe a curvatura da terra. Confuso??
Viva o google-earth e a minha visita cibernética a pearl-harbour.

2.10.05

Bravo

Um concerto que reúne públicos da clássica e do fado, congrega inevitavelmente duas espécies de ouvidos: os de tísico, que escutam pormenores fora de alcance do comum dos mortais – “foi bom, mas houve para ali umas pequenas brigas nos segundos violinos” –, e os especialistas da alma, que conseguem perscrutar aquelas cambiantes que distinguem a verdade canónica das meras aproximações – “canta muito bem, a rapariga, mas aquilo às vezes não é bem fado”. Na ressaca da noite de sábado, quando a maioria partilhava cigarros e entusiasmos no átrio do Grande Auditório do CCB, apetecia gritar aos ouvidos dessa chata minoria que não, não há mas nem meio mas: o espectáculo que Kátia Guerreiro e o maestro Vasco Pearce de Azevedo, à frente da Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML), ali acabavam de oferecer, alcançou uma felicidade sem reservas e roçou a perfeição.

No dia mundial da música escutou-se a Abertura Sinfónica nº3 de Joly Braga Santos e Suite Alentejana de Freitas Branco a abrir, respectivamente, a primeira e segunda parte. Seguiram-se-lhes dois sets de três fados apenas com a guitarra portuguesa de Paulo Valentim, a clássica de João Mário Veiga e o contrabaixo de Rodrigo Serrão. A terminar a primeira metade e a finalizar o espectáculo, o melhor da noite: toda esta gente em palco para interpretar a inteligência que Sérgio Azevedo e Vasco Pearce de Azevedo derramaram em orquestrações sobre um punhado de fados tradicionais e outros do repertório de Kátia Desacertos? Alguns, mínimos, perdidos no meio de momentos superlativos como Os Meus Versos, Rosa Vermelha, Perdigão ou Amor de Mel, Amor de Fel. E Kátia, brilhante e comovente, a cantar com uma segurança irrepreensível. No final, dois encores forçados por um entusiasmo compreensível e a certeza da urgência de registar este encontro em disco. *


foto: José Míguel Oliveira

Para ilustração, aqui fica a imagem do primeiro encontro entre o Vasco e a Kátia no palco do CCB. Foi a 24 de Janeiro de 2004 e nós estávamos lá.

* texto publicado em simultâneo no DN (não digam a ninguém)

1.10.05

Ronda no Carrefour




A Ovação colocou estes dois discos à venda no Carrefour pelo singelo preço de 5.60€ cada, integrados numa campanha de música portuguesa a preços promocionais. Comprei o Amores de Maio, compelido por um misto daquele instinto coleccionista de que não me consigo livrar e daquele espírito de missionário da memória colectiva que gosto de cultivar - o exemplar que eu já tinha é saído de uma outra edição e tem capa diferente. A Ovação possui no seu catálogo um outro álbum da Ronda, o Romarias, e foi a partir destes três títulos que se compilou uma colectânea parcial do trabalho do grupo que será editada em breve. Se as ditas Romarias forem integradas nesta campanha de hipermercado, significa isso que os três discos podem ser adquiridos, em versão integral, pela simpática quantia de 16.80€. Ou seja, pouco mais ou menos o preço de um novo álbum. É certo que esta nova e mui aguardada colecção oferece um olhar inédito e surpreendente sobre velhas melodias restauradas digitalmente e com fino recorte de acabamentos pela prestigiada equipa Salema/Prata /Pro Tools, já para não falar do soberbo trabalho gráfico, que faz da capa e respectivo inlay um objecto cultural de per se. Mas...