31.3.11

Lula, dívidas e cromos.

O Lula, do Brasil, foi a Coimbra receber o "Honoris causa". Ás 10.35, na Antena 1, o repórter diz que a cerimónia começa às 10.30h e acrescenta que vai ser respeitado o tradicional quarto de hora de atraso académico. Uma trovoada de pensamentos escurece-me o coração e adivinha futuros argumentos intelectuais.
Por acasos da sorte, e de alguma educação económica conservadora e pouco ambiciosa, nunca fui homem de dívidas. Descubro-me agora pagador de dívidas impróprias, porque nunca as contraí. Esta associação das palavras "dívida" e "contrair" é, para mim, completamente justificada. Já para os responsáveis pelas dívidas foi mais "descontrair dívidas", ou "contrariar dádivas", ou "contrair dúvidas", ou "(con)traír (dú)vidas" ou o caraças...
Da minha última infância (tive várias) tenho-me lembrado das cadernetas de cromos. Da bola nunca fiz porque o caramelo ficava colada àquela porcaria e eu embirrava. Mas fiz umas óptimas e educativas das quais saliento "Cleópatra", feita com imagens do filme do Richard Burton e da Elisabeth Taylor, cujo número 28 tinha umas escravas à beira do Nilo das quais uma delas, juravamos todos, tinha a púbis à mostra. Mas isto não vem ao caso. Quando o António me telefona para saber com que músicas fico para o próximo trabalho da Ronda, imagino uma caderneta em que se vão colando os cromos, que são as cantigas. Ou melhor, enquanto as cantigas não aparecem os cromos somos nós, que ficamos colados naquele sítio.
Era só!! Obrigado!

24.3.11

Mas, qué isto?


Será que este material é apropriado e consentâneo com a dignidade deste blog?

18.3.11

Baita do Garata



Não se deixem iludir pelo tamanho da gaita do Senhor Carlos Barata.
Não se pode medir a dimensão deste homem pela proporção da sua gaita.
Um poço vivo de cultura, a sua sapiência e a sua musicalidade são completadas por uma memória estrepitosa. (gastronómica em grande parte, pelos episódios recordados)

A sua boa disposição e humor acutilante são marcos na sua pessoa que, para além de tão venerada referência cultural, se mostra como um ícone desportivo terrestro-aquático para os companheiros de viagem machibombica.

E, embora não se possa medir a dimensão deste homem (se bem que rondará o metro e oitenta, mais coisa menos coisa), a sua idade já é outra história. E hoje mede-se mais um marco na vida do Carlos Barata. E embora a foto seja uma memória roubada às comemorações do Centenário da República, ao Carlos ainda faltam umas vintenas para tal comemoração.

Até lá vão-se comemorando os anos que faltam com umas simpáticas felicitações.
A ele, as minhas sinceras prolfaças.

17.3.11

Fotos de viagem comentadas


A este vinhito, magnífico, só lhe falta o Ronda no copo. Recomendável para restaurantes AlCântaro.

Este também é um bom sítio para comer. Fica para as bandas de Fazendas de Almeirim e especializou-se em moelas e chouriços.

10.3.11

Maestros

Por uma coincidência curiosa li recentemente, e de seguida, três livros escritos por três maestros, cada um no seu género, mas todos, por diferentes razões, dignos de que se perca tempo com eles.
Primeiro foi o do Miguel Graça Moura: "O Prazer". É muito difícil, para mim, falar deste livro, tal a profusão de sentimentos contraditórios que proporciona. Tem partes fantasiosas de carácter erótico,(ou mais), pois o livro pretende reproduzir uma conversa imaginada com um borracho marroquino de 23 anos em que MGM conta a sua vidinha toda, as suas ideias sobre Belas Artes, Arquitetura, Moda, Gastronomia, Música, Sexo, etc. etc. etc., no meio de beijinhos e marmeladas várias. Tudo isto embrulhado numa prosa oscilando entre o demencial e polémico, por um lado, e o informativo e interessante por outro. Quem ler o livro prepare-se para levar, de vez em quando, as mãos à cabeça.
Depois foi o do Pedro Osório: "Memórias irrisórias com algumas glórias - 50 anos de música". Agrupa várias crónicas escritas no boletim mensal da Câmara de Oeiras e que eu li sempre com grande prazer. É o livro que tem mais a ver comigo pois reconheço-me, por vezes, nas recordações que por lá passam de espectáculos improváveis ou palcos impossíveis. Enquanto os outros dois livros têm cerca de 600 páginas, este é de muito menor fôlego, o que parece reforçar os "clichés" que arrumam em prateleiras diferentes a música erudita, tida como reflectida e densa, em confronto com a leveza e simplicidade da música ligeira. Não sendo isto verdade, é pena que o livro não desenvolva mais o tema e as suas variações, apesar de, mesmo assim, ser um fantástico testemunho, ora comovente ora risonho, e um manancial de informação do que foi (ou é) a música em Portugal.
Por último o de António Vitorino de Almeida: "Ao princípio era eu. Auto biografia". Um livro que se lê com um gosto enorme. A personagem principal sai reforçada na imagem que tenho dele. Uma história de vida,(até aos 35 anos), exemplar de gosto e orgulho pela própria vida, de humanidade e de cidadania, de humor e sensibilidade. Ah g'anda Vitorino!!
Era só! Obrigado.