25.2.06
24.2.06
Escutai
É apenas um teste. Mas espero que, resultando, seja antídoto para a anestesia que entorpece este espaço de tertúlia.
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21.2.06
Memória Passada
O nosso estimado Carlos Augusto ( assim descrito para aqui neste relance relembrar quem de direito que os doces da arrábida não devem fazer esquecer um determinado licor de amora ) é o homem das datas, das estatísticas, e da memória de elefante dos locais dos concertos, dos jantares, e de tantos momentos bons e menos bons que a sua notável memória e lucidez felizmente vão anotando. Mas no melhor pano cai a dita cuja o provérbio justifica, e eis que em seu auxilio vem este que em baixo se assina ( baixo porque é no final do texto que aparece o nome da gente, não confundir com amigos que da mesma arte fazem profissão e ao néctar dos deuses buscam inspiração baptismal ) qual Tarzam que não o da Fonte da Telha nem o que de Oeiras se viu rebaptizado, precisar que a cantoria com a Amina Alaoui apenas teve lugar no dia seguinte, a seguir a um belo almoço. Será que se recordam da acompanhamento que a Amina pediu para aquecer a voz e a alma ? Num instante, eis que a cultura portuguesa se encontra com a cultura árabe, andaluza e irlandesa, num momento que marcou seguramente o início desta bela amizade.
Efeméride Amina Alaoui
No dia 21 de Fevereiro de 2003 a Amina Alaoui chega ao Barreiro, ao estúdios onde a Ronda prepara o "Terra de Abrigo". Foi trabalhar até às 3 da manhã. Traduziu para árabe a quadra "Os desgostos do presente/ são maiores que os do passado/ embora estejas ausente/ teu nome será lembrado" e cantou-a em cima de uma longa nota pedal ao estilo árabe-andaluz. Acho que ficámos logo contentes com o resultado. E jantámos bem. E ficámos amigos.
Diário de Notícias
Quando eu era miúdo os pais dos meus amigos dividiam-se em dois grupos: Os que compravam o Século e os que compravam o Diário de Notícias (repare-se que, por esta altura ainda se chamava assim, por extenso, e não DN como agora sói dizer-se). No espírito dicotómico tipo Sporting-Benfica de que este país padece, defendia-se a opção paterna e achincalhava-se a dos parceiros. Lembro-me que diziamos do Século que sujava muito mais as mãos, por exemplo.
Por tudo isso aprendi a ter o Diário de Notícias como referência, orgulhoso dos seus aniversários (juro! vocês não fazem ideia do que é ser educado no fascismo), orgulhoso da organização do Natal dos Hospitais e invejoso da "Colónia Balnear de O Século".
O meu pai, que trabalhava muito como era usual nesse tempo, arranjava sempre um tempinho antes de jantar para se deitar a folhear aquele lençol de papel. A necrologia era imperdível. Além de assim saber de um ou outro conhecido que se ia embora também servia para aumentar a sua colecção de nomes fantásticos que ele debitava ao jantar para risota de toda a família.
Eu fui criado com o Diário de Notícias e diversos acontecimentos têm, na minha imaginação, a cara da sua 1ª página.
Ai o que eu não teria vibrado a contar os dias que faltavam para o número 50.000.
este post vai dedicado, também, ao João Oliveira
18.2.06
Desgosto da pedagogia
Tinha sete anos quando o velho professor de música rogou a minha mãe para que me levasse daquela pacata e harmoniosa turma de crianças que eu teimava em desinquietar. Que era pelo melhor, insistiu a douta criatura perante a hesitação da Dona Laura; que eu era pirralho sem ouvido e seria mais avisado que tentasse a sorte noutras artes que me revelassem maior talento. Talvez tivesse razão, o sacana. Mas juro que ainda hoje me acontece, em noites que canto e me pagam por isso, lançar um sorriso cínico e quase vingativo à sua memória.
17.2.06
Pedagogia do gosto.
É raro ouvir alguém dizer que não gosta de ler. É socialmente intolerável demonstrar tal "deficiência" e as pessoas dizem que não têm tempo ou dão qualquer outra explicação. Acho bem! Assim contribuem, pedagogicamente, para deixar aos mais novos a ideia de que a leitura é uma coisa da qual não fica bem dizer mal.
E a matemática? Aí já não é bem assim. Os miúdos, às voltas com a escola, já ouviram em toda a parte, na família ou na televisão, do pai ou de um governante qualquer, desabafos exorcistas contra a matemática. Por vezes até se lhes pressente um certo orgulho nas declarações de "nunca percebi nada disso". Os putos ouvem, imitam e ganham autoridade para detestar.
Quanto à música, ninguém diz que não gosta de música. Pode não se gostar de muita música, ter um gosto normalizado ou minoritário mas, e acho mesmo que é verdade, toda a gente gosta de alguma música.
O que eu não compreendo mesmo é porque é que todos aqueles que andavam na escola e foram postos na última fila do canto coral, todos a quem o professor disse que eles eram os mais desafinados alunos de que tinham memória, todos os que foram aconselhados a não cantar para não estragarem aquilo tudo, todos esses, me vêm, em catadupas, dizer-me isso. Não dá para acreditar. Basta saberem que eu sou professor de música para virem, todos contentes e vangloriosos, espetar-me com as suas deficiências musicais. Garanto-vos que não dá para acreditar!!
Ando agora a fazer um curso que pretende juntar valências de música e de português. Só queria que vissem os de português cheios de medo: "Eu? Música?". Era o que faltava se eu, que não fui nenhum Aquilino quando andei na escola (ou será à escola?), dissesse que tinha medo de praticar português. Ora bolas!!
Vamos mas é respeitar as nossas fraquezas e lamentar a falta de sorte com alguns caminhos que fizemos. Todo o conhecimento científico ou artístico tem o seu valor e a miudagem tem que ter exemplos de respeito por isso.
E já agora, não digam nada a ninguém mas eu não gosto nada de "ballet". É pena!
16.2.06
Pensamento actualizatório
"A inverdade, mesmo que involutariamente tida como tal mas como tal propagada, deverá ser quanto antes corrigida" - Baratoclicianus "o Rondo", Ritmanblogus, cap.IV.
Assim.. a ida abaixo anunciada (vide "A Ronda no Coração) encontra-se, quase decerteza (tudo pegado) quinze dias adiada.
Assim.. a ida abaixo anunciada (vide "A Ronda no Coração) encontra-se, quase decerteza (tudo pegado) quinze dias adiada.
A Ronda no Coração
Amanhã, sexta feira dia 17, lá iremos A5 acima (aliás, como o Márinho emendou, A1) até ao "refúgio da apresentação de músicos portugueses" que mora ali no Norte, Monte da Virgem, RTP Porto. É incrível que ainda exista música em Portugal apesar do esforço denodado de tanta gente para acabar com ela.
Como não somos ingratos cabe aqui dizer que temos a RTP do Porto no Coração.
15.2.06
14.2.06
Perdão
É realmente grande a falta de respeito a este espaço de informação, criação e devaneio quase sem censura. Lamento grandemente não ter informado os caríssimos companheiros e demais leitores, do espectáculo infantil realizado pelos Tantam Bambú na Fnac do Colombo no passado Domingo às 11h da manhã. O espectáculo não tinha outro propósito senão o de desenferrujar um pouco e conviver com os amigos e famílias do grupo e por tal foi seguido de um almoço frugal na quase minha humilde casinha. No entanto até ensaiámos para o referido espectáculo, hábito considerado pouco saudável noutros grupos com quem trabalho. As razões de tão lamentável falta de informação são diversas. O meu filho Leonel, que nunca tinha visto os Tantans, adoeceu na 6ª feira, mantém a doença ainda hoje e tornou a não ver os Tantans. Deixei o Bost para o dia seguinte. No sábado, armado em alegre lenhador, fui para Azeitão arrastar, podar e serrar cepas de boa casta (Periquita). À meia noite ainda estava a descarregar e a arrumar 300 Kilos de lenha após o que caí para o lado. Garanto-vos que não foi fácil tocar na manhã seguinte. A última e mais esfarrapada desculpa deve-se ao facto de o Patrão não gostar de transmitir a imagem de os músicos da Ronda serem uns Marias-vai-com-todos o que não é verdade na maioria dos casos.
13.2.06
Agostinho da Silva
cem anos
Creio, primeiro, que o mundo em nada nos melhora, que nascemos estrelas de ímpar brilho, o que quer dizer, por um lado, que nada na vida vale o homem que somos, por outro lado que homem algum pode substituir a outro homem. Penso, portanto, que a natureza é bela na medida que reflecte a nossa beleza, que o amor que temos pelos outros é o amor que temos pelo que neles de nós se reflecte, como o ódio que lhes sintamos é o desagrado por nossas próprias deficiências, e que afinal Deus é grande na medida em que somos grandes nós mesmos: o tempo que vivemos, se for mesquinho, amesquinha o eterno.
Agostinho da Silva, in Educação em Portugal
12.2.06
O Pitta foi ao Colombo
Estava a pensar que o Pitta foi tocar hoje à Fnac do Colombo integrado no "Tantanbambu" às onze da manhã, tipo matinée infantil, e não disse nada a ninguém. Acho que devia ter dito ou este serviço público é uma batata.
10.2.06
Fui ao Barbeiro!
Como o António já mencionou fui ontem ao Teatro Nacional de S. Carlos ver ópera. Talvez nem os próprios produtores e intérpretes saibam mas estiveram 180 minutos certinhos a debitar a obra. Acrescentando-lhe o intervalo foram mais de 3h30m alojado num magnífico camarote de 1ª. Eu, que não sou rico, digo-vos que todos os lugares da sala disponíveis podem ser vendidos a 20€, duas horas antes do espectáculo (que é às 8h).
Gostei muito. A primeira parte pareceu-me mais arrastada e a segunda mais empolgante. Gostei do maestro que, na minha ignorância, me pareceu cuidadoso e além disso tocava o cravo que, como é muito usual, acompanha os recitativos. Gostei de muitas coisas mas, acima de tudo, passei uma bela noite. Ao intervalo, balanceado pelo ambiente e eufórico com o empanturramento cultural, bebi uma "flute" de espumante "murganheira" que me soube a pouco porque a Madalena mo roubou.
Aconselho a experiência.
Bife na Portugália.
Caldeirada hoje ao almoço na "Virgilinda" em Sesimbra. Muito aconselhável.
Mas este gajo não faz mais nada?
Faço!!
Há cultura na Ronda
Ora tentava eu falar com o nosso estimado companheiro Carlos Barata, em dia e hora que não devo precisar, quando recebo no telemóvel uma mensagem com a razão pela qual não era atendido: " estou na ópera ". Ora fiquei emocionado. Faz alguns dias que todos podemos apreciar os dotes de bailarino de ballet do nosso baixista, e agora, este gosto operático do nosso Barata. Direi portanto que a ala esquerda da Ronda é de uma erudição que a direita não é, sendo que por esquerda se entenda à esquerda do cantor de quem está no palco, porque se for da perspectiva de quem está no público, fácil é compreender que será a ala direita. Donde se conclui que a esquerda é a direita de outrém, ou vice-versa, ou verse-viça, se gramaticalmente for permitida a inversão, como na música podem ser os acordes, invertidos, dirão os não músicos que acordes são esses, larilas concerteza ( sendo esta última palavra desconhecida de qualquer dicionário mas não da minha mui saudosa professora da instrução primária ).
Ora dizia eu portanto da ignorância da nossa ala direita, na qual me incluo, eu que não frequento a ópera nem ao ballet sou dado. Resta-me um mea culpa comprometido e envergonhado, por não pertencer aos quadros cultos deste agrupamento que às artes populares pretende dar o seu melhor contributo.
Ora dizia eu portanto da ignorância da nossa ala direita, na qual me incluo, eu que não frequento a ópera nem ao ballet sou dado. Resta-me um mea culpa comprometido e envergonhado, por não pertencer aos quadros cultos deste agrupamento que às artes populares pretende dar o seu melhor contributo.
9.2.06
Em agenda
Ainda falta algum tempo, mas queiram fazer o favor de anotar nas vossas digníssimas agendas: no dia 6 de Abril, a horas que ainda não soube deteminar, a Praça Central do Centro Colombo será palco para uma actuação do quinteto de sopros a Licenciatura em Música do Instituto Piaget. Uma formação em que o oboé está a cargo de Eldevina Materula (que toca bué). Paula Gaivota - flauta transversal, Jacinto Sado - clarinete, Pedro Oliveira - trompa, e Tiago Paraíso - fagote.
Em circuito fechado
Permitam-me mais um apontamento estatístico, que julgo de toda a utilidade para traçar o perfil deste espaço de tertúlia. Ontem, 8 de Janeiro do ano da graça de 2006, passaram por aqui apenas 17 visitantes (reforço o "apenas", pois nas últimas semanas a média foi superior a 30). Mas esta gente foi responsável por 82 visitas. O mesmo é dizer que cada visitante por aqui passou (uma vez mais utilizando o conceito simplista de média) 4,8235294117647058823529411764706 vezes. Tendo em conta que, entre estes 17 ilustres, vários haverá que apenas espreitaram um vez, conclui-se que há por aí uns viciados.
Cada vez mais isto corre em circuito fechado. O que não é problema, assim tenhamos o cuidado de menter sempre a porta aberta.
8.2.06
Sabores
E agora vamos para qualquer coisa completamente diferente. Mais uma vez tomo a opção de elevar o, já de si, alto nível deste maravilhoso blog.
Faço-o integrado no Departamento Epicuro da Ronda, secção "gourmet", sub-departamento de provas, dando-vos notícia de alguns produtos avaliados por um painel de "gourmand" constituído apenas pela minha pessoa. Sou eu portanto, e por hoje, o paineleiro de serviço.
Foram experimentados quatro produtos, em refeição leve, acompanhados os três primeiros com vinho robusto da região de Pias e pão de mistura trigo- centeio cortado em fatias de média grossura e o quarto com bolacha de água e sal da "Carr's" versão "grande perímetro".
1)- Salpicão da zona de Montalegre. Certificado como sendo de fumeiro, de cor salmão vivo (é a cor que é viva e não o salmão), seco, pouca gordura e aroma intenso de fumos caseiros onde se distingue a lenha de oliveira e matos vários. Preço de 30€ o Kg. Adquirido na Feira do Fumeiro e do Presunto do Barroso.
Uma só palavra para o definir: Soberbo e inesquecível. Para manter a promessa de uma só palavra: Inesqueberbo (ou socível). O bom trato que dá às papilas gustativas fazem criar uma aguadilha debaixo da língua que pode prejudicar a degustação mas, com perfumes assim, são riscos que se correm com prazer. Se num primeiro momento pareceu algo mínguo de saladura uma segunda aferição logo tratou de desmentir tal desiderato. Consumir em fatias finas e não pensar muito no preço que, apesar de justo, não permite grandes repetições.
2)- Alheira da zona de Chaves. Feita pela mãe do meu amigo Ventura em ambiente caseiro e oferecida pelo dito, não estando portanto disponíveis comercialmente. Cor de abóbora e de menor dimensão do que aquelas que se compram por aí. Cozinhadas na chapa em lume brando e demoradamente, compareceram à mesa torradinhas e fumegantes. Paladar e tempêro perfeitos e, apesar da matéria gorda que é apanágio desta espécie alimentar, de digestão sossegada e discreta.
3)- Cabeça de Xara da zona de Azeitão. Cabeça do bicho (que é o porco) de origem não indicada escolhendo-se a naturalidade da obra pelo local de confecção. Cor cinzento cabeça-de-xara apresentando brancosidades espalhadas por toda a superfície. Foi esta iguaria construída por uma parceria de belas moças no fim do mês de Janeiro apresentando-se fresca e saborosa. Tem um desenho gustativo curioso e, talvez pelo cuidado natural das cozinheiras, tem alta qualidade dietética pois parece terem sido estripadas uma maioria de gorduras. Será que tal lhe prejudica o paladar? Não!!
4)- Doce de abóbora da casa de Azeitão donde é originário o produto anterior. Aparece em frascos de diversos tamanhos, etiquetados por ternurenta mão que lá escreveu "Mimos da ti Letícia". Fazendo parte de uma incrível colecção de produtos similares é, na opinião deste humilde escriba, o príncipe da linha. Está tudo lá: Aroma do cabaçal produto, equilíbrio na doçura, delicadeza na estrutura, etc, etc. etc. Pessoalmente gosto de lhe acrescentar nozes. Digo, com toda a sinceridade, que será, talvez, o melhor produto do género que provei na vida. Parabéns à Letícia.
E eis como eu comi "qualquer coisinha" para ver se não comia muito e... foi o que se viu!!
7.2.06
Imagens para Memória Futura
Saída da secção rítmica de Lisboa sob um calor generoso; Chegada a Moura sob o mesmo calor, agora mais violento; Encontro com o resto dos membros da Ronda, que se faziam acompanhar (e bem!) pelas respectivas caras metades, num cenário de férias bem agradável; um infindável teste de som à chapa do sol, protegido por uma cortina improvisava e chapéus de sol da Sumol; os bombos do Pitta a soarem que nem trovôes; umas colunas penduradas em arvóres a dar uma música de fundo duvidosa; o conseguir "encaixar" tanta gente em tão natural palco; o Pitta a tocar no aquário; as vozes dos coros alentejanos a sobressaírem num anfiteatro acústico; a saia de Campo Maior, Soutino a desmaiar em palco; o jantar que esteve longe de ser qualificado como "para a Ronda", onde o melhor foi a companhia; o convívio familiar que tanta gente, quer coro, quer técnicos, quer orquestra, quer convidados, quer "rondeiros" proporcionaram; até o Pedro V cantou (?!?!?!).
Moura em grande. Recordam-se?
E com estas memórias, ninguém me tira a posta ducentésima primeira! Ah!
E com isto fico à frente do Patrãozinho em contribuições bloguistas! Pimba!
4.2.06
Ducentésima posta de pescada
Para memória futura, aqui fica uma nota estatística sobre este espaço virtual de tertúlia efectiva, por altura do seu ducentésimo post .
Inaugurado em 27 de Julho de 2005, este blog apenas começou a ser objecto de monitorização de tráfego a 03 de Setembro seguinte. Desde então, recebeu 2326 visitas. Isto se cada visitante apenas for contabilizado uma vez por dia, independentemente das vezes que regressa. De outra forma, o total de visitas sobe para 5654. Mas isso é batota.
Dos oito sócios registados, a distribuição de participações nestes 193 dias revela um enorme desiquílibrio, que se espera ver rectificado daqui por diante. Uma análise sumária aos números da nossa história revela que há dois sócios que em conjunto somam 172 entradas (divididas mais ou menos por igual entre si), sendo as restantes 28 reaprtidas pela responsabilidade dos outros seis. Sem querer mencionar nomes, é preciso dizer que o António Prata é a grande desilusão. Os plenos poderes de gestão unipessoal que exerce sobre o património colectivo exigiam uma participação superior a cinco entradas.
Tirando isso, a coisa até tem andado animada. Em média, disseram-se 1,0362694300518134715085906735750 disparates por dia. Mais coisa menos coisa.
Em cartaz
O seu único pecado é talvez as 02h50 de duração. Munique revisita o trágico episódio da acção terrorista nos Jogos Olímpicos de 1972, em que onze atletas israelitas foram assassinados por uma brigada do movimento Setembro Negro, e segue depois a história de uma brigada da Mossad destacada na Europa para dar caça a destacados palestinianos indicados como responsáveis desse acto hediondo. Steven Spielberg coloca vários dedos em várias feridas ao mesmo tempo, levantando questões simples sem rejeitar a complexidade de um problema ancestral. É perturbante o modo como questiona as justificações políticas e colectivas para a violência sem abandonar a tarefa essencial de perceber como essa violência mata, lenta e inexoravelmente, todas as hipóteses de humanidade dentro de cada indivíduo. Que no fogo cruzzado de críticas que o filme vem motivando, Spielberg, o judeu, seja apedrejado com especial afinco pelos ortodoxos de Israel, é apenas prova da pertinência deste olhar.
Revista de imprensa
O Zé Varunca da Parede, restaurante onde partilhámos já alguns serões por sugestão do companheiro Carlos Barata - uma das quais serviu de discreta celebração do meu matrimónio -, é hoje objecto de uma reportagem/crítica de duas páginas na revista NS - edição comum ao Diário de Notícias e Jornal de Notícias - com assinatura do Francisco José Viegas. Uma vez que, por razões não apuradas, este local de culto da cozinha alentejana não mereceu ainda a aprovação consensual deste nosso grémio, sugiro que todos leiam o referido texto e que depois consertemos agendas no sentido de encontrar uma data para fazermos a crítica da crítica até que tudo fique - literalmente - em pratos limpos. Se precisarem de um pretexto melhor, também se arranja.
Chrysler
Não sei se já ouviram um anúncio da rádio em que um pai vai no carro e diz para os filhos: "Aqui é o Tejo e ali está o Cristo-rei" e os filhos respondem " e ali estão os índios". "Os índios?", "sim, os índios e os cavalos". Depois fala do DVD que vem com a Chrysler (é assim?) e, penso, de viagens mais descansadas e o caraças.
Não tenho nada de especial contra os DVD para entreter as crianças em viagem mas não posso deixar de sentir solidariedade com o pobre do pai que julga levar a família a passear e afinal só leva um sofá ambulante igualzinho ao de lá de casa.
Pensando bem, acho que sou contra os DVD nos carros para entreter as crianças. Em nome das viagens que fiz com os meus filhos a inventar coisas para amenizar a seca, das conversas que se tinham quando havia coisas para conversar, das "educativas" explicações sobre a percursos, paisagens e quejandos e até das zangas quando a tampa saltava.
Não consigo aceitar que se amesquinhe um pobre pai interessado em mostrar o Tejo e o Cristo-rei aos seus filhos para vender automóveis. Mas..é assim.
Sou mesmo careta.
Se a Chrysler me oferecer um carrito poderei, no entanto, rever a minha posição.
2.2.06
Um dia, há muito tempo,
andavam os feiticeiros em grande preocupação pois, em certo lugar da terra, havia nascido um pequeno grande menino que mercê da sua teimosia lhes fazia a cabeça em água.
Como fazia tudo o que lhe dava a vontade e não tinha meias medidas mantinha em permanente susto todos os que lhe queriam bem. Se podia ter uma carrocinha logo queria um camião. Se podia ter um grupito logo queria uma orquestra e depois um orquestrão. Se podia estar zangado preferia um escandalão. Se dizia cinco minutos podia ser uma hora. Se dizia "aqui há uma mancheia de anos" tinha sido em Maio passado.
Ora os feiticeiros, que estavam já cansados de tanta falta de medida, resolveram chamá-lo para negociarem os limites a tão desbragado exagero.
Nunca se soube bem como correu a tortuosa negociação mas consta que os pobres dos feiticeiros só conseguiram baixar do contrabaixo para o violino e do porco para a galinha, para além de beneficiarem de uma redução relativa na medida vertical do espantoso ser.
No resto, tudo ficou na mesma. Ou pior.
Para susto dos que lhe querem bem!!
Cromos com histórias 4 - Toda a verdade
A estranheza que vos possa causar esta imagem é tão real como a própria imagem em si.
Para quem esteve em Mont'alegre, a versão polkástica do nosso amigo, veio ao de cima.
E acompanhada por sinal. Quando a ausência marióstica se faz sentir na Ronda e o trabalho dos graves é delegado a outro, é a este triste espectáculo que o companheiro marinho se entrega.
Em primeira mão, fotos únicas (e verdadeiras) , exclusivas e chocantes do que com o tempo passou a ser chamado de "Marieta Violinho": o grupo de dança polka no gelo.
Degradante.
Cromos com histórias 2 - Toda a verdade
Conforme dito em comentário a "Cromos com histórias 2", a neve desperta o lado negro de Pitta Groz, que mostra a sua face black metal épico-nórdico na companhia dos seus, onde é conhecido não por Pitta Groz, nem por p.pita, mas sim pelo seu nome nórdico de guerra...
Pittor Grozamatroton - o rufar do trovão do norte*
*"rufar do trovão do norte" é o mesmo que bateria.