4.9.05

Reflexões do santo do dia



Embalado pela meditação do companheiro Carlos Barata, que avisadamente nos recorda que é este um dia santo, lembrei-me eu de evocar o santo do dia. No caso, a santa. Sendo hoje dia 4 de Setembro, manda o calendário cristão que se celebre a memória de Santa Rosália, Virgem.
Nascida na cidade de Palermo, algures no decorrer do século XII, era esta rapariga de linhagem nobre do sul da Itália e descendia remotamente do grande imperador Carlos Magno. Reza a lenda que aos 14 anos, era Rosália já senhora de uma tentadora formosura, se viu na epifânica presença de Nossa Senhora. Recomendou a Virgem que a bela jovem, ainda virgem, se subtraisse o quanto antes à convivência da restante humanidade, pois que sua alma corria perigo de se deixar corromper pelo vício e conspurcar pelo pecado. Obedecendo à divina imagem, Rosália escapou-se de casa, sem dar notícia a seus pais. Tornou-se desde logo esta santa criatura na primeira - e, até prova em contrário, única - adolescente a fugir à guarda de seus progenitores não para abraçar a tentação, mas antes para preservar a sua pureza.
Prossegue a inspiradora lenda, contando que dois anjos, apresentando-se em figuras humanas, acompanharam a bela Rosália até uma gruta onde ela permaneceu oculta do mundo, levando vida de oração e penitência. Alguns meses depois, os mesmos anjos regressaram. E aqui, embora os vossos corações se possam sentir ensombrados pela dúvida (pois que raio, quem não treme perante a ideia de dois marmanjos que escondem uma doce jovenzinha de formas volumosas numa gruta recôndita para lhe prestarem depois uma visita de quando em vez?), fiquem os estimados companheiros sabendo que pretendiam apenas estes enviados dos céus advertir Rosália de que se deveria afastar ainda mais, pois que seus pais a estavam procurando por aquelas ermas paragens. Novamente escoltada pelos mensageiros celestes, a menina Rosália subiu ao alto do Monte Pelegrino, onde passou os 16 anos seguintes da sua vida. Faleceu na solidão ermita aos 30 anos, virgem como o melhor azeite, e é ainda hoje venerada como padroeira da cidade de Palermo. Moral da história? Não faço a mínima ideia.

2 Comments:

Blogger cbarata said...

Nasceste, virgem, tão longe
Em montes das terras de Itália
Quisera encontrar-te de costas
E dar-te das flores que tu gostas
Em belos botões, de Rosália.

segunda-feira, setembro 05, 2005 1:07:00 da manhã  
Blogger Oliveira said...

Este é um comentário ao comentário que não o deveria ser, pois que é texto de elevada estatura literária e deveria, por tanto, ser promovido a post. E saiba, caro amigo, que mesmo quando envereda por caminhos ínvios, laterais ou até traseiros,a sua lírica permanece inspiradora para todos nós.

segunda-feira, setembro 05, 2005 1:32:00 da manhã  

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