14.10.05

A fraude

Uma fraude infame. É isso que me traz de regresso ao vosso encontro, prezados companheiros, depois do silêncio forçado por um ataque sazonal de alergia que chegou a prometer degenerar numa influenza aviária. Uma fraude infame, repito. Um acto de terrorismo contra imaginário deste espaço de poesia. A Cindy, oh amigos meus, a Cindy... resisto ainda a violentar-vos com esta triste nova... a Cindy não existe.

Depois de uma apurada investigação jornalística - que certamente me teria levado ao cruzamento de centenas de fontes e testemunhos, longas horas de entrevistas e estudos, não fosse o autor do crime, por sua própria vontade e iniciativa, me ter vindo confessar a infâmia aos ouvidos, com um descarado sorriso de gozo - após apurada investigação, dizia eu, descobri que, afinal, a Cindy não é do Pedrogão Grand, a Cindy não é emigrante, a Cindy não é neta do senhor Aníbal, a Cindy não nos escrevia de Salt Lake City. Não camaradas. a Cindy não é Cindy. A Cindy, provavelmente, nem sequer serviu de cabide a esse bonito e pueril vestido de estrelas verdes que cintilavam já na abóbada celeste dos nossos sonhos.

A verdade, estimados amigos e leitores, é que Cindy se chama Flaviana, nasceu e cresceu perto da Ribeira dos Milagres, tem horror aos pés dos outros e gosta de vestir os seus com meias folclóricas de muitas cores. A Cindy que não é Cindy é jornalista desse nobre e centenário pasquim que me ocupa a melhor parte do meu tempo, e assina Rute Araújo. É doida de todo e o seu desporto preferido é atazanar o sono dos justos.

Ora esguardai a a figura aparentemente inofensiva desta vil e pérfida criatura.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ilustres, não se trata de uma fraude. É mais do que isso. É uma meta-fraude. Alguém se fez passar por mim a fazer-me passar por Cindy. E eu, que não sou nem uma nem outra, vejo o nome que nem às paredes confesso assim devassado aos quatro caminhos. Está mal. Mas não vou recorrer à justiça. Recorro antes a quem manipulou digitalmente uma foto minha, a casou com uma foto da Cindy e a fez passar por mim. Eu nunca tive um vestido às estrelas, mas tão pouco um casaco castanho e uma camisola vermelha. Tenho o BI e o senhor Aníbal para confirmar. Mas não só. Em Salt Lake City, o Bob e a Carry podem garantir que eu nunca lá estive. O Zé do Pedrógão Grande testemunha voluntariamente em como nunca me viu mais gorda. Em Lisboa, a Anabela provará com clareza que eu não estava a escrever nenhum comment quando esse comment foi escrito. Por favor, tenho um bom nome a ser reposto. E não é Flaviana.

Deixo uma pista. Viverá a verdadeira Cindy em Alhos Vedros?

sábado, outubro 15, 2005 2:01:00 da manhã  

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