Baixo (e não és tu!!)
Agora, que vou amadurecendo a provecta*, acontece-me por vezes ser atraiçoado pelos acontecimentos e espoliado, em nome da modernidade, de algumas coisas a que sempre me habituei e, pura e simplesmente, desaparecem. Vocês, que já me aturam há uns tempos, já sabem do meu ódio às calças com botões metálicos, daqueles que magoam os dedos e que nos obrigam a usar as duas mãos para o simples acto de abrir a berguilha (que é uma corruptela de braguilha, que vem de braga, cueca em castelhano). Mas lá me vou consolando, pensando que o futuro nos reservará um comando electrónico com abre-fecha, elevador, assoprador-sacudidor (saco-di-dor, até dá arrepios) com o problema da falta de pilha, do fecho inopinado, esganador e, quiçá,.. decapita-dor (e lá vem a dor outra vez).
Por vezes, provocatoriamente, falo do tempo em que havia música. É mesmo provocação porque gosto muito de muita música que hoje se faz. Só que hoje, a ouvir o album do Paul mcCartney**, deu-me cá umas saudades do tempo em que o Baixo-eléctrico era um instrumento harmónico-melódico, em vez de um instrumento de percussão de altura determinada. É claro que esta minha apreciação vai em tosco e que uma apreciação mais fina mostraria que as coisas nunca são assim tão definitivas.
Mas estas apreciações emocionais podem acontecer quando se ouve música do tempo em que ela existia e se mijava só com uma mão.
*idade
**- *****
2 Comments:
Tomei a liberdade de recolocar a imagem de sir Paul, com a dignidade que merece.
Obrigado. Eu é que já não sei como devo fazer. Não tenho, no entanto, complexos.
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