11.5.08

Um entre os meus heróis

Começou o ano na Califórnia a dirigir a Pacific Simphony Orchestra. Na primeira parte do espectáculo, conduziu a Sinfonia nº1 de Prokofiev e Sinfonia n.º 4 de Mendelssohn. Para a segunda, ficou o Concerto para dois violoncelos de Vivaldi. Yo Yo Ma interpretou um dos violoncelos, o outro interpretou-o ele com a sua voz. O episódio diz quase tudo sobre o génio de Bobby McFerrin, espécie de músico da Renascença que se move com o mesmo à-vontade no puro improviso do jazz, no rigor da clássica ou na incerteza da pop, que compõe, dirige e guarda na garganta um conjunto perfeito de cordas vocais com quatro oitavas de extensão e uma interminável paleta de timbres. E o que sobra dizer está escrito na agenda de espectáculos que cumpriu desde Janeiro: fez uma digressão como maestro no Japão e na Corea do Sul, outra de canto a solo pelos quatro cantos dos Estados Unidos, mais uma dúzia de espectáculos com o seu ensemble vocal Voicestra e uma pequena temporada em Nova Iorque de espectáculos de improvisação em trio, com o piano de Chick Corea e o baixo de Jack de Johnette. Agora vai correr a Europa sozinho, em sessões totalmente improvisadas, e começa por estas bandas – amanhã, segunda-feira, às 21.30, no Coliseu de Lisboa, na quarta-feira, mesma hora, na Casa da Música, Porto.
Mcferrin terá um convidado, como é costume nestes seus concertos. Nunca o viu a não ser num breve vídeo. Há de o conhecer já em palco ou, na melhor das hipóteses, durante o ensaio de som. São assim os seus espectáculos a solo: até a cortina subir, não sabe o que vai fazer e pouco ou nada sabe sobre quem vai receber para um dueto igualmente improvisado. E assim será hoje, com o guitarrista Pedro Jóia.
É um dos meu heróis e tive o prazer de o entrevistar há uns dias. Hoje conto ir vê-lo ao vivo, finalmente.

1 Comments:

Blogger p.pita said...

Eu fui, contigo. É um super-herói.

terça-feira, maio 13, 2008 11:12:00 da tarde  

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