Desrelato dos espectáculos da Ronda em 24 e 25 de Maio

Para que serve a memória?
-Para decorar.
E p'ra que serve decorar?
-Para dar trabalho aos que fazem decoração.
Como se chamam os especialistas de coração?
-Cardiologistas.
E os que vendem corações?
-São os cardio-lojistas.

Pois eu, que tenho a ingrata tarefa de relatar o acontecido como quem regista um facto, tenho, de facto, o relato das tarefas ingratas acontecidas e as registo. Pela memória e pelo coração. Esquecer é perder qualquer coisa. É por não termos sabido escrever que nos esquecemos do paladar do leite materno. Foi a preguiça de registar que nos tirou a possibilidade de recordarmos a que cheiravam as primeiras manhãs de férias, a côr da primeira camisa(!) que usámos ou o primeiro filme com maminhas que vimos(!).

E será isso assim tão útil? Será que a memória difusa é amiga da boa recordação? Será que as primeiras manhãs de férias cheiravam ao hálito de papel de música? Será que a tal camisa tinha uma côr que hoje nos envergonharia ou que o primeiro filme com maminhas foi a "Guerra das estrelas" com aquela tipa com três exemplares mamários? Ora bolas!

Ia agora escrever o registo dos nossos espectáculos de 24 e 25 de Maio e perdi o sentido da sua utilidade.