2.3.06

Mais uma para a narrativa desta treta toda.

Às vezes, quando falta o assunto, acabo por me lembrar de coisas que enformam a história da minha ligação a esta coisa musical que dá pelo nome de Ronda. Esta coisa musical -que também o é- não o é só. (apreciem o som de "ém o é ma' não é só"). Tem à volta o o gosto do que se come, o aroma do que se bebe, o som das gargalhadas, a cor das paisagens, a alegria do disparate, o prazer da amizade, o medo de falhar, a glória de acertar e muitas outras coisas que fazem deste caminho uma aventura, até agora, feliz.
Justificadas algumas inserções memoriais que não sei bem o que valem para quem não as viveu deixem-me recordar uma ida a Marselha.
Meliantes viageiros eram três: O Miguel, o António e o que se assinará no final desta prosa e que dá pelo nome de Carlos Barata. Objectivo: Ir à Feira de Música "Strictly Mundial" dar a cheirar o "Terra de Abrigo" no stand da Ocarina. Ida a 27 de Fevereiro de 2003 e regresso a 2 de Março, faz hoje três anos.
Ir no Laguna do Miguel fazer estes 3500 Km em tão curto espaço de tempo pode parecer uma loucura. E é!! Mas só tenho boas recordações. Dois excelentes espectáculos no palco da feira com um grupo da Colômbia e outro da Índia, uma bouillabaise (caldeirada franciú) num restaurante do Porto Velho de Marselha, um genuíno Cous-cous num restaurante Árabe, a Kátia Guerreiro na FNAC, muita conversa com muitas e desvairadas gentes, etc.
Como é a efeméride de hoje deixem-me contar a viagem de regresso, feita de uma vezada, em que fizemos mais de 1700 km em pouco mais de 17 horas com duas refeições à séria, a última das quais no Café Alentejano (?) em Estremoz. Guiei muito enquanto os dois roncantes passavam pelas brasas todas até ao borralho. Como é possível ter saudades daquela canseira? Ia já hoje outra vez! O que me custou mesmo foi vir sozinho de casa do António até Carcavelos. 55 Km. de janela aberta a cantar a Marselhesa para não cair do volante abaixo.