E agora, algo completamente diferente

foto: DN-Diana Quintela
Fosse medir as recompensas do trabalho que me ocupa a melhor parte dos dias pela folha dos meus rendimentos, e chegaria rapidamente à conclusão - matematicamente rigorosa - de que o meu esforço seria melhor empregue a fazer as vezes da senhora que trabalha a dias na casa dos meu vizinhos. Uma bata, alguma dedicação para aprender a lavar vidros e passar a ferro e pronto. Resta-me por isso a lucidez de pensar que nem todo o retorno do meu trabalho se traduz em euros. E é seguindo esta lógica que vos explico que o dia que agora termina foi para mim um dos mais bem pagos de sempre.
Porque foi o dia em que tive oportunidade de falar, téte-a-téte e ao longo de quase uma hora, com um dos grandes heróis da minha juventude. Terry Jones, lendário (para mim, claro está) realizador, argumentista e performer dos Monty Python. O mínimo que poderei dizer é que não defraudei um centímetro quadrado que fosse das minhas amplas expectativas. Mr Terry Jones é um desses espécimes que o Criador autoriza para que os restantes mortais nunca se esqueçam que o humor é um dos sinais supremos da inteligência humana. Que o humor é, afinal, a única resposta possível perante o absurdo, que é umas das traves-mestras de toda a existência.
O pretextoi foi uma peça para crianças que a partir de amanhã estará em cena no Teatro São Luiz em Lisboa. Textos de Terry Jones (três Contos Fantásticos) musicados por Luís Tinoco e executados em palco pela Orquestra Metropolitano de Lisboa. A locução fica a cargo do actor João Reis. Entretenimento da mais fina inteligência para crianças. E não só. Recomendo vivamente.
Foi este o acontecimento que motivou a vinda do senhor Jones a Lisboa e serviu de pretexto para o meu pedido de entrevista. Mas apenas de prestexto. O resultado profissional desta conversa poderá ser aferido na secção de Artes do DN, edição da próxima segunda-feira -passo modestamente a publicidade. Mas o verdadeiro ganho do dia, o da experiência de contactar com uma mente brilhante que se expressa pela linguagem universal do humor - esse, temo bem, dificilmente conseguirei partilhar por inteiro.
4 Comments:
You lucky bastard!!
Fico feliz por ti e, mesmo não tendo crianças pequenas, porque eu ainda tenho alma de criança, vou ver o espectáculo, é óbvio.
Parabéns pelo téte-à-téte e de facto deve ser difícil partilhares a emoção com outros.
Mais uma vez parabéns e - chiça que inveja!
Para além de tudo o que te invejo, quero felicitar-te por teres tirado aquela gripal galinha da abertura do blog.
Gaita! Esqueci-me de comprar o DN!!
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